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Dengue em Uberaba: por que os números não param de crescer?

Joanna Prata
Publicado em 25/06/2025 às 10:24
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Uberaba enfrenta um avanço expressivo nos casos de dengue desde 2020. Em cinco anos, os registros confirmados saltaram de 380 para 3.567. O número de casos prováveis, que era de 412 em 2020, chegou a 13.084 em 2025. Também houve aumento nos óbitos: enquanto em 2020 e 2022 houve uma morte em cada ano, em 2023 foram 16 óbitos, em 2024 foram 9 e, em 2025, já são 15 mortes confirmadas, com outras 14 em investigação. De acordo com o departamento de Vigilância em Saúde, o cenário é resultado de uma combinação entre fatores climáticos, resistência do mosquito Aedes aegypti aos inseticidas, retorno de sorotipos e baixa imunidade da população.

Entre 2020 e 2022, os números de casos confirmados foram menores — 380 em 2020, 220 em 2021 e 1.179 em 2022. Esse período coincidiu com os anos mais intensos da pandemia de Covid-19, o que pode ter influenciado tanto o comportamento da população quanto a notificação da doença. A partir de 2023, os números dispararam: 5.778 casos confirmados naquele ano e mais de 3 mil registros em 2024. Para o diretor de Vigilância em Saúde, Matheus Assumpção, a dengue é uma doença sazonal que depende do clima quente e úmido, e os últimos anos registraram invernos mais quentes e períodos de chuva mais longos. “Em 2025, por exemplo, o período chuvoso se estendeu mais do que em anos anteriores”, destacou.

Matheus também explicou que a resistência do mosquito aos produtos aplicados no fumacê é outro fator que contribui para o aumento. “Com o passar dos anos, o produto foi sendo alterado porque o mosquito passou a ser resistente a alguns deles. A gente só usa produtos recomendados pelo Ministério da Saúde e pelo Estado, e essas alterações ocorrem por conta dessa resistência”, explica Assumpção. Outro ponto importante é o retorno de sorotipos que não circulavam há anos. “A gente tem quatro sorotipos da dengue, e alguns voltaram a circular desde o final de 2023. A população não estava imune a esse vírus”, alerta o diretor.

Uma das estratégias adotadas em Uberaba para reforçar o combate é o uso de drones em áreas de difícil acesso. A ação começou no fim de 2024 e está sendo realizada por meio de uma parceria com a Secretaria de Estado de Saúde. Nesta semana, foi iniciada a quarta etapa do mapeamento, de um total de sete previstas. “O objetivo é atingir pontos que o agente de combate terrestre não consegue alcançar, como uma laje com acúmulo de água ou uma caixa d’água aberta. O drone identifica o local exato e os agentes vão ao imóvel já sabendo o que vão encontrar”, explicou.

Matheus Assumpção também fez um alerta importante à população para que procure atendimento médico logo nos primeiros sintomas. Ele explica que, muitas vezes, a pessoa começa com dor de cabeça, dor no corpo e febre, melhora por alguns dias e depois volta a se sentir mal por volta do quinto dia, que é o período mais crítico da doença. Segundo ele, esse atraso na procura pelo atendimento é um dos fatores que contribuem para o agravamento dos quadros. “É por isso que a gente sempre orienta: sentiu os primeiros sintomas, procure a unidade de saúde ou a UPA para receber a orientação adequada e o tratamento correto”, reforçou.

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