Trânsito em Uberaba (Foto/Arquivo JM)
Com a chegada do Maio Amarelo, campanha de conscientização para a segurança no trânsito, os atores da mobilidade urbana se mobilizam para criar um ambiente de educação e informação para os motoristas. No entanto, ao longo dos últimos 9 anos, percebeu-se que a forma mais eficaz de esclarecimento sobre o tema é por meio da repressão, como explica o major da Polícia Militar (PM), Vagner Moraes.
Aos microfones da Rádio JM, o major afirma que as forças de segurança buscam trazer à população uma reflexão a respeito dos efeitos que a condução irresponsável têm sobre o trânsito e os prejuízos que isso tem causado. No entanto, os motoristas somente tendem a compreender esse prejuízo quando eles refletem no bolso.
“Atualmente, no nosso sistema de produção, é necessário a gente precificar as coisas. As pessoas percebem as coisas quando elas veem valor. Quando alguém liga falando que bateu o carro a primeira pergunta é, 'estragou muito'? É enfático dizer que as operações de fiscalização de trânsito acontecem diuturnamente, continuamente, não é somente em maio que elas são desenvolvidas. Porém, é nesse mês que nós tiramos para chamar atenção das pessoas e da mídia”, afirma.
Segundo o major Moraes, o Brasil conta com números de mortes no trânsito que se equiparam a números de guerra, reforçando a necessidade de se desenvolver consciência no trânsito. “Infelizmente, trânsito é algo muito antipático de ser feito, de ser fiscalizado, as pessoas normalmente não gostam. Mas é necessário. Nós temos número de guerras no Brasil. Por ano, morrem no trânsito brasileiro 44 mil pessoas. Na Síria, que está em guerra, não morre esse tanto de gente”, conta.
O policial ainda reforça que o trânsito, na verdade, reflete o estado psicológico doente da sociedade, de forma que é preciso trabalhar a empatia nos motoristas. “Eu ignoro o outro e quero colocar a minha prioridade acima de tudo. É trabalhar o indivíduo, o trânsito é feito de indivíduos, de pessoas. Essas pessoas precisam ter a sensibilidade de que é um ser humano atrás daquela máquina, naquele circuito, no trafegar”, finaliza.