CIDADE

Doméstica é vítima da falta de leito do Sistema Único de Saúde

Faleceu na manhã de ontem a doméstica Maria Abadia da Silva, 69 anos, aguardando uma vaga em um dos leitos do Hospital de Clínicas

Publicado em 28/07/2009 às 00:07Atualizado em 20/12/2022 às 11:31
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Faleceu na manhã de ontem a doméstica Maria Abadia da Silva, 69 anos, aguardando uma vaga em um dos leitos do Hospital de Clínicas da UFTM.

De acordo com a neta Simone Batista, 27, a avó deu entrada no Centro Médico da Abadia, na sexta-feira, apresentado o laudo médico de aneurisma com implicações na veia aorta, devendo ser encaminhada para um hospital, para que fosse feita uma cirurgia. “Tentamos todos os meios para que ela fosse para o Hospital Escola, porque não acreditamos que não tinha vaga, pois se era caso de urgência, porque não liberam de imediato o leito. Eu sei que quando chega a hora da pessoa morrer não há nada o que fazer, mas neste caso foi negligência. Não foi feito tudo que deveria ter sido feito, faltou um tratamento específico para o quadro que ela apresentava”, contestou a consultora comercial. Casos como este acontecem todos os dias, devido à demanda de pessoas que necessitam do serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a referência técnica do núcleo de regulação da Secretaria de Estado da Saúde, Iraci José de Souza Neto, a liberação de leitos nos hospitais é feita a partir de um sistema on-line, chamado SUSfácil, que é atualizado minuto a minuto, sempre informando se há ou não leitos disponíveis nos hospitais conveniados ao SUS. “Quando o paciente da entrada em um serviço de saúde, como o Centro Médico da Abadia e apresenta um quadro que exija transferência para um hospital, imediatamente é lançado no sistema SUSfácil, com as informações médicas, solicitando vaga nos hospitais conveniados ao SUS que tenham o atendimento indicado, com foco nos que estão mais próximos à região. Até que aconteça a liberação, o paciente continua internado no estabelecimento de saúde, tendo todo o respaldo necessário”, explica Iraci Neto.

Ele ainda frisa que a Gerência Regional de Saúde (GRS) está sempre reivindicando e buscando condições junto à Secretaria de Estado da Saúde e Secretarias Municipais de Saúde para melhorias dos serviços prestados pelo SUS no município e região, como a ampliação de leitos, para que casos como o da dona Maria Abadia não aconteçam mais. “Entendemos a dor da família e estamos sempre procurando meios para melhorar o atendimento na saúde pública, mas não podemos transferir um paciente de um estabelecimento onde está sendo assistido sem antes ter a confirmação e autorização de vaga em outro estabelecimento. Não podemos ser irresponsáveis com a saúde do outro”, concluiu o técnico.

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