Os grupos de capoeira se reuniram na praça Pôr do Sol em ato de apoio ao Centro Cultural Asa Branca (Foto/Divulgação)
Capoeiristas da cidade se mobilizaram através da Salvaguarda e do Conselho de Mestres de Uberaba e realizaram uma roda com mais de doze grupos em apoio ao Centro Cultural Águia Branca e repúdio ao ato racista sofrido por alunos, pais e professores que estavam na entidade.
Foi um “rodão” e, no final, cada representante fez uma fala, fechando com o slogan: “A Capoeira dando uma rasteira no racismo”, do Mestre Preto, organizador do evento. O encontro de capoeiristas aconteceu na praça Pôr do Sol, no bairro Olinda.
“Foi muito bom ver que não estamos sozinhos nessa luta (contra o racismo)!”, disse Mestra “Puma” Núbia Nogueira.
Há duas semanas, bananas foram jogadas em crianças que ensaiavam para a referida apresentação teatral no local. Um Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Militar (PM). De acordo com Núbia, que registrou as imagens com as frutas que estavam na calçada do centro de capoeira, cerca de 50 pessoas, entre crianças, adolescentes, pais de alunos, professores e uma assistente social, estavam presentes no local.
Várias entidades se manifestaram em repúdio ao ato racista sofrido pelo Centro Águia Branca. A mais recente manifestação veio do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). A nota é assinada pelo presidente do CMAS, Thiago Fernando Borges.
“Não podemos tolerar o questionamento de identidade étnica, sexual, de gênero, religiosa ou de qualquer natureza”, diz o texto. “Não podemos permitir que as diferenças produzam preconceitos e discriminações que levaram e levam à prática violadora por conta a cor da sua pele, religião, orientação sexual”, ressalta a nota.
Representantes do movimento afro participaram de sessão na Câmara Municipal e solicitaram apoio dos vereadores para pleitearem a criação de uma Secretaria de Políticas de Igualdade Racial na Prefeitura de Uberaba.