Chegou o dia mais místico do ano: o Halloween, que também é conhecido como Dia das Bruxas para os brasileiros. O Brasil adotou a tradição norte-americana e colocou um pouco do famoso “jeitinho brasileiro”, implementando o folclore e as lendas urbanas nesse mix. Falando em lendas urbanas, no início dos anos 2000 elas ganharam destaque, inclusive na televisão. Loira do banheiro, chupa-cabra, ET de Varginha, e muito mais.
A cidade amada por Chico Xavier, que viveu entorno de misticismo desde seu nascimento até sua morte, não fica para trás em suas próprias lendas urbanas. Almas escravizadas, ossadas da Praça Frei Eugênio e mistérios em torno Alfeu. Confira abaixo essas histórias:
A luz de Chico
Para muitos com não seguem a doutrina espírita (e até para alguns que buscam a religião), as histórias em torno do grande médium Chico Xavier são repletas de mistério e misticismo. Desde que seu dom aflorou, Chico chamou atenção por seu jeito calmo e único de lidar com a possibilidade de ouvir aqueles que já fizeram a passagem para o mundo espiritual. E até no momento de sua morte o médium surpreendeu. O ano era 2002 e Chico tratava um um quadro grave de pneumonia nos dois pulmões. Da janela do quarto do médium, no Hospital Doutor Hélio Angotti, a câmera de um cinegrafista flagrou o momento em que um objeto luminoso aparece descendo e entrando pela janela do quarto em que Chico estava. No caminho, ele parece se dividir em dois feixes de luz, mas volta a ser um só ao passar pela janela.
O túmulo do Alfeu
A véspera de Natal do ano de 1957 foi um dos dias mais tristes da história uberabense. O jovem taxista Alfeu Aparecido de Souza foi assassinado em Uberaba, durante uma corrida. Os autores pretendiam roubar o carro. Além de sete tiros, Alfeu recebeu diversas facadas. Enquanto isso, seus pais, deficientes visuais, aguardavam sua chegada em casa, para poderem comemorar a noite de Natal na missa. Após o crime que chocou a cidade, o túmulo do taxista passou a ser lembrado como um ponto de fé e milagre por quem passa por ali. Junto com o túmulo do médium Chico Xavier, o local de descanso eterno do taxista é um dos mais visitados no Cemitério São João Batista.
Almas escravizadas da chácara do Mirante
Chácara do Mirante, que já foi uma fazenda, faz parte do patrimônio histórico de Uberaba não só pela estrutura arquitetônica, mas também pela sua história. A fazenda do século 19 foi uma das pioneiras em trazer o gado zebu para a região e, com a popularidade do gado, pessoas foram escravizadas. Acredita-se que uma das fazendas que teve escravos foi a Chácara do Mirante. O local é conhecido por boato de ser mal-assombrada pelas almas de escravos, que choram no porão, onde estariam enterrados os restos mortais dessas pessoas. Também há boatos de que se ouve barulho de correntes e andar no local.
Ossadas na Praça Frei Eugênio
Um dos boatos mais populares é o da Praça Frei Eugênio. Dizem que lá já foi um cemitério e ainda há corpos enterrados no local. O boato que circula é que em toda a região que cerca o hotel Manhattan, Escola Estadual Minas Gerais e o Centro de Cultura José Maria Barra seria um cemitério. Dentro da escola, segunda a lenda, o corpo de Major Eustáquio, fundador da cidade, estaria enterrado. No terreno do hotel, estariam outras ossadas que não foram retiradas até hoje. O cemitério realmente existiu entre 1856 a 1900, no entanto, a ideia de que ainda existam restos mortais no local nunca foi comprovada. Ou seja, imaginário popular.
Chalé eclético do Centro
Uberaba é repleta de construções históricas que acompanham o passar do tempo e a evolução da cidade. A presença desses imóveis é uma quebra no tempo moderno e, com elas vem suas próprias narrativas. O chalé eclético onde hoje abriga a Casa do Artesão no Centro é um desses lugares. A obra arquitetônica foi construída em 1932, pelo engenheiro e arquiteto espanhol André Fernandes, por encomenda do fazendeiro, pecuarista e influenciador da cultura zebuína na cidade, Joaquim Alves Teixeira. Apesar da "cara de mal-assombrada", não há relatos de acontecimentos extraordinários no local.