A falta de compromisso das famílias na educação dos filhos tem se refletido nas instituições de ensino, em especial, em casos de violência física e moral, contra professores. Por isso, representantes dos sindicatos de trabalhadores da Educação (Sinpro, Sindemu, Saae MG e Sindute), públicos e particulares, reuniram-se neste sábado, na praça Rui Barbosa, num movimento pela Paz nas Escolas.
O presidente do Sindicato dos Educadores Municipais de Uberaba, Adislau Leite, é enfático em dizer que as pessoas que têm competência, não podem ficar de braços cruzados para os relatos de casos de violência nas escolas. Para ele, as agressões nos estabelecimentos de ensino, muitas vezes verbais, são feitas tanto por alunos quanto por pais. E completa que enquanto os pais deveriam educar, incentivam tais ações. Em Uberaba, recentemente, uma professora de universidade foi ameaçada por um aluno, que teria tirado nota abaixo da média.
“Quero acrescentar que está mais do que na hora das famílias prestarem um pouco de atenção com relação aos filhos. A criança nasce, e é entregue no Cemei, a uma babá ou na escola particular. Os pais não participam da formação do filho, que é o fator principal para que cresçam crianças e jovens tão violentos e incompreensíveis e sem limites. O professor não é obrigado a dar educação de berço”, desabafa.
O presidente regional do Sindicato dos Professores (Sinpro), Marcos Gennari, afirma que o movimento para a cultura da paz nos ambientes educacionais tem que passar pela valorização do trabalho do profissional da área, tanto em relação à estrutura de trabalho como atender a algumas reivindicações básicas, como a participação na hora da merenda, que em alguns casos têm dado certo. Outro ponto importante que todos os representantes de sindicatos estão de acordo é a questão da participação efetiva da família na vida escolar dos filhos.
Gennari informa que este foi o marco inicial dos trabalhos que acontecerão durante todo o ano. “Faremos reuniões mensais com os sindicatos, audiências com o Ministério Público e a Câmara de Vereadores para discutirmos a cultura de paz. E cada instituição irá desenvolver ações que culminarão em grandes atividades”, completa. Uberaba tem hoje aproximadamente 68 mil alunos distribuídos em 150 instituições de ensino.