A ausência de chuvas por um período prolongado em Uberaba, somada às queimadas e à elevada quantidade de partículas no ar, preocupa quanto a problemas respiratórios causados a médio e longo prazo. Frederico Ramos, diretor das UPAs em Uberaba, fez uma análise sobre o quadro em entrevista esta semana.
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Durante o programa Pingo do J, da Rádio JM, o diretor informou que praticamente não houve alterações nos números de atendimentos e internações nas Unidades de Pronto Atendimento do município neste período de seca. “A gente percebe o aumento do número de pessoas com doenças crônicas ou agudas, como bronquite e asma, que acabam se cuidando em casa mesmo, pois já têm esse cuidado rotineiro”, explica Ramos.
Contudo, o fato de o número de consultas e internações devido a problemas respiratórios não ter aumentado não deixa de preocupar. Frederico Ramos explica que as consequências para a saúde da população em geral devido à má qualidade do ar deverão aparecer futuramente. “As doenças respiratórias já são o principal CID (Classificação Internacional de Doenças) atendido dentro das UPAs, só que não têm aumentado agora, pois sabemos que o problema é a médio e longo prazo. A fumaça, a fuligem, as partículas no ar e os gases tóxicos causam problemas para o futuro”, enfatiza.
Frederico Ramos destacou que a população passou a se mostrar mais cuidadosa e a procurar atendimento médico devido a problemas respiratórios precocemente após a pandemia de Covid-19. Segundo ele, as pessoas estariam se cuidando mais e buscando ajuda médica mais cedo, em comparação com o período pré-pandemia.