Mãe e filho epilético estão em busca de casa própria desde 2016
Michelle conversa com o presidente da Cohagra, Davidson Chagas (Foto/Jairo Chagas)
Uma mulher de 29 anos e seu filho, de 7, passaram a noite na porta da Cohagra, em Uberaba. Michelle Rosalina Moreira Santos e o filho, que sofre com crises epiléticas e tem suspeita de autismo, busca a casa própria desde 2016, mas até hoje sem sucesso. O vereador Paulo César Soares - China (PMN) acompanha o caso. À reportagem do Jornal da Manhã, o presidente da Cohagra, Davidson Chagas, explicou que há 3.200 casos semelhantes ao de Michelle em Uberaba atualmente e que a Prefeitura busca uma solução para a situação, não só emergencial neste caso, mas para as demais que ainda aguardam a casa própria.
Segundo apurou a reportagem do Jornal da Manhã, Michelle se inscreveu no programa Minha Casa Minha Vida em setembro de 2016. Ela relata que desde o dia 8 de abril de 2022 frequenta a Cohagra em busca de solução, mas que recebeu como resposta nas ocasiões em que esteve presente que seu caso "não era tão urgente". Atualmente, Michelle mora de favor e a proprietária disse a ela que não mais poderá abrigá-la.
Michelle é técnica em enfermagem, mas atualmente está desempregada. Ainda de acordo com ela, precisou deixar o emprego para cuidar do filho, de 7 anos, desde o diagnóstico de crises de epilepsia. A criança frequenta as aulas na Escola Boa Vista e, de acordo com a mãe, ainda está em análise a presença de um professor de apoio para acompanhar o menino. Michelle conta que ele tem traços de autismo, mas ainda não há um diagnóstico.
De acordo com ela, a criança tem enfermidades diversas e todos os exames são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com exceção de uma ressonância magnética, que foi feita de forma particular. Todos os familiares são de Araguari, para onde ela afirma não ter condição de retorno atualmente. O pai da criança é ausente e Michelle tem contra ele medida protetiva, além do pedido judicial de pensão alimentícia para os cuidados da criança.
Ao JM, Davidson Chagas lamentou a situação vivida por Michelle e revelou que há cerca de 3.200 famílias em situação semelhante à dela. Em nota divulgada na noite desta quinta (19), a Cohagra informou que imediatamente acolheu a mulher e a informou que não dispõe de imóveis para atendê-la e que existem critérios legais, verificados pelo Governo Federal, para beneficiar candidatos em programa de habitação.
Ainda conforme a nota, "em contato com a família, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) ofereceu abrigo temporário a ela e ao filho em uma casa de acolhimento institucional, com vagas financiadas pelo Município. Porém, a mulher se recusou a ir para o abrigo. A Seds também se dispôs a custear o valor da passagem para que ela e a criança voltassem para a cidade de origem (Araguari), mas a família também não quis".
Procurada pelo JM, na noite desta quinta-feira, Michelle Rosalina explicou que não aceitou ir para o abrigo temporário porque ela não poderia levar alguns móveis e objetos que ela ainda possui. Ela e o filho passarão a noite na casa de uma conhecida.
Michelle conversa com o presidente da Cohagra, Davidson Chagas (Foto/Jairo Chagas)