ENCHENTES

Equipe veterinária de Uberaba vai para o RS cuidar de animais resgatados

Rafaella Massa
Publicado em 04/07/2024 às 12:09
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A região atingida pelo desastre natural tem quase 15,5 mil animais desabrigados e mais de mil canis (Foto/Reprodução)

A região atingida pelo desastre natural tem quase 15,5 mil animais desabrigados e mais de mil canis (Foto/Reprodução)

A equipe composta por profissionais do Hospital Veterinário da Uniube irá para Canoas/RS atuar como voluntários no cuidado de animais vítimas das enchentes naquela região. Devem embarcar nesta sexta-feira (5) o professor e médico-veterinário Cláudio Yudi, além das médicas-veterinárias Ananda Neves e Alice Maciel. 

Segundo Yudi, hoje a região atingida pelo desastre natural tem quase 15,5 mil animais desabrigados e mais de mil canis. Entre eles estão: 13.579 cães, 1.680 gatos, um cavalo e 9 aves. Esta será a quarta equipe de voluntários que irá atuar na cidade de Canoas, o embarque para a área afetada será no sábado (6). “A equipe três está lá nesse momento. Hoje [quinta-feira] nós temos reunião para encontrar com essa equipe e trocar informações para que no domingo já possamos começar a trabalhar”, explica. 

As principais atividades a serem desempenhadas, conforme antecipa Ananda Neves, envolvem triar os animais, identificar os casos de urgência e emergência e tratar as principais doenças, além de microchipar esses animais. “Também vamos trabalhar na identificação dos tutores, porque muitos animais ainda estão perdidos dos donos. E, para os animais que estão para adoção, promover essa adoção responsável”, conta. 

Yudi ainda complementa que, além do salvamento e cuidado desses animais em vulnerabilidade, as ações dos médicos-veterinários em situações de emergência incluem prevenir o surgimento de novas doenças que afetem os seres humanos e se tornem epidemias ou até pandemias. 

“O grande problema é que surgiram abrigos do nada. Agora, imaginem: vários cães que não se conhecem, e como os cães têm hierarquia, eles começam a brigar muito. Quando juntam muitas pessoas e muitos animais, gera estresse e começam a aparecer doenças. Então, nós vamos lá como veterinários para diminuir as chances de que apareçam surtos epidêmicos nesses canis, e pode haver brigas sérias em que um cão morde o outro e até mata. Nossa missão é evitar problemas nos cães, priorizando as pessoas”, analisa. 

O médico-veterinário ainda conta que as ações de voluntariado em desastres surgiram em Minas Gerais, após as tragédias de Brumadinho e Mariana. “Até hoje nós temos animais abrigados de Mariana e Brumadinho. E no Rio Grande do Sul, foi 20 vezes pior. Então, estamos indo lá para ajudar porque são muitos animais, é muito cansativo. Muitos veterinários ficaram doentes no começo, porque é um estresse muito grande. Você tem que ir para a água, a água é gelada, tinham muitos cadáveres na água. Então, muitos voltaram cansados”, relata. 

De acordo com a médica-veterinária Alice Maciel, o grupo tem expectativa de desempenhar um bom trabalho com a experiência dos casos atendidos no HVU. “Não tem como prever [como será] porque é uma experiência única. Mas a gente acredita que com a experiência que temos, de uma rotina intensa, com horas de trabalho bem dedicadas, vamos conseguir desempenhar um trabalho bacana", finaliza.

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