(Foto/Divulgação)
A recente aprovação da lei que limita o uso de celulares nas escolas brasileiras trouxe um debate sobre o impacto da tecnologia na educação e a necessidade de resgatar práticas pedagógicas que caíram em desuso com o tempo. Em entrevista ao programa JM News, a superintendente regional de educação, Vânia Célia Ferreira, destacou que essa mudança, aliada à revitalização das bibliotecas escolares, visa fortalecer a leitura e combater a dependência dos dispositivos móveis.
Vânia explicou que todas as 92 escolas estaduais de Uberaba receberam recursos para modernizar suas bibliotecas, investindo na compra de novos livros e na criação de ambientes mais acolhedores para o desenvolvimento da leitura e escrita. "Hoje, com o celular, os alunos podem acessar resumos de livros em apenas dois minutos, mas isso está prejudicando o processo de leitura e compreensão. Percebemos que os estudantes estão perdendo a habilidade de leitura e escrita. Por isso, estamos fazendo esse esforço para trazer o livro físico de volta à rotina escolar", afirmou.
A revitalização vai além da modernização dos espaços. Cada escola recebeu cerca de R$ 400 mil para reformas em quadras, pintura, manutenção de pisos e a criação de centros de atendimento para alunos com deficiências auditivas, visuais e intelectuais. O projeto, que já beneficiou as escolas estaduais Irmão Afonso, Francisco Cândido Xavier e Frei Leopoldo, está em andamento e deve ser concluído em breve.
Embora, inicialmente, houvesse resistência, a proibição dos celulares tem mostrado resultados positivos. "Vimos que, quando os alunos estavam com os celulares, muitos se isolavam em grupos pequenos e até mesmo o recreio passava sem que eles se desconectassem desses dispositivos. A retirada do celular incentiva uma maior interação entre os alunos, além de permitir que eles se concentrem mais nas atividades escolares", observou Vânia.
Esse esforço é uma resposta ao desafio da alfabetização, que ainda apresenta dificuldades nas escolas. A superintendente reforçou que o excesso de tecnologia afeta o desenvolvimento de habilidades essenciais, como a leitura crítica. A combinação da revitalização das bibliotecas e a retirada dos celulares busca criar um ambiente mais favorável ao aprendizado, com foco no fortalecimento das habilidades de leitura e escrita, fundamentais para o futuro dos alunos.
"O governo veio com essa proposta de melhoria das bibliotecas nas escolas justamente para que os alunos agora sejam apresentados aos livros. O objetivo é aumentar a interação dos alunos com a leitura e a escrita, e é isso que estamos tentando retomar, aproveitando a retirada dos aparelhos celulares. Então, o que temos observado é uma melhoria significativa: ao trazer o livro físico de volta, os alunos têm a oportunidade de conhecer, ler, debater e fazer trabalhos. E, com isso, estamos vendo uma melhoria na leitura e escrita nas escolas", concluiu.