Com a recente inauguração do heliponto no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), o ex-comandante do Corpo de Bombeiros em Uberaba, coronel Anderson Passos, defendeu a necessidade urgente de um espaço semelhante nas proximidades do Hospital Regional. Para ele, a ausência da estrutura compromete a agilidade nos atendimentos de emergência e limita o potencial do transporte aéreo de pacientes na cidade e em toda a região.
Em entrevista à Rádio JM, Passos afirmou que a presença do helicóptero Arcanjo tem se mostrado cada vez mais essencial para salvar vidas, mas esbarra na ausência de estrutura adequada na área urbana. “Os pilotos precisam pousar nas ruas, o que é um absurdo e oferece perigo enorme para todos. Além disso, há o risco de perder esse equipamento que custa milhões, e que é um benefício imensurável para a sociedade”, alertou o ex-comandante, que é também especialista em resgate aéreo.
Passos lembra que o Hospital Regional é referência em atendimentos de alta complexidade e reforça a importância de ser integrado a uma estrutura que garanta agilidade. “Cerca de 84% das pessoas que morrem por traumas perdem a vida na primeira hora. Se pudermos ter o helicóptero a poucos minutos do hospital, ele pode ser usado para transporte de órgãos, atendimento a acidentes de trânsito, casos de AVC, infarto e até para bebês com malformações”, destacou.
Apesar de Uberaba contar com uma aeronave capaz de atender rapidamente qualquer cidade da região, o tempo perdido com deslocamentos internos ainda compromete a eficácia do serviço. “É preciso garantir agilidade e segurança desde o pouso até o atendimento. E não podemos ter uma aeronave do porte da que temos, que faz de 10 a 15 minutos de deslocamento em qualquer cidade da região, e gastar meia hora para levar o paciente, dentro de Uberaba, até o hospital”, reforçou.
O comandante também ressaltou que a área próxima ao Hospital Regional não dispõe de terrenos com as condições necessárias para instalação de um heliponto com controle de acesso. Por isso, ele defende a adaptação de um espaço pertencente, em parte, ao Corpo de Bombeiros, como alternativa viável e estratégica. “O quartel é um local ideal. Com ajustes simples, pode funcionar como um heliponto de chão, já que é um ambiente com controle de acesso”, explicou.