MUDANÇAS

Festa da padroeira de Uberaba este ano não terá cavalgada e nem fogos com estouro

As mudanças serão feitas para acatar exigências legais e de bem-estar animal

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 27/07/2023 às 09:47
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Tradicional cavalgada de Nossa Senhora da Abadia, em 2022 (Foto/Arquivo JM)

Tradicional cavalgada de Nossa Senhora da Abadia, em 2022 (Foto/Arquivo JM)

A Paróquia de Nossa Senhora da Abadia, em Uberaba, está se preparando para celebrar o Dia da Padroeira, em 15 de agosto, de uma forma diferente este ano. O padre Alex Nunes anunciou que algumas das tradições mais queridas, como a tradicional cavalgada e os fogos de artifício com estouro, não serão realizadas. 

Em entrevista à Rádio JM, nesta quinta-feira (27), padre Alex Nunes anunciou as mudanças, que têm relação com exigências legais. "Neste ano, a celebração contará com um show pirotécnico, mas não terá fogos de estouro. Optamos por utilizar apenas fogos de brilho e luz, em uma homenagem especial à nossa Padroeira de Uberaba e buscando que ela se torne também a Padroeira do Triângulo Mineiro", revelou o sacerdote. 

Em maio do ano passado, a Câmara de Uberaba havia aprovado o projeto de lei que proíbe o comércio e a soltura de fogos de artifício com estouros em Uberaba. As penalidades foram definidas pelo governo municipal em momento posterior, com previsão de multa de até R$ 3 mil e dobrada caso haja caso de reincidência dentro do período de 12 meses. 

Quanto à tradicional cavalgada, que sempre foi uma parte essencial das festividades em honra à Padroeira, padre Alex Nunes explicou que ela não acontecerá este ano. Em edições passadas, a cavalgada contava com quase 2 mil cavalos, cavaleiros e amazonas, tornando-se a quarta maior do Brasil. No entanto, devido a questões levantadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e às exigências em relação ao bem-estar dos animais, a paróquia não pôde mais mantê-la. 

"Ano passado, fomos chamados pelo Ministério Público e conseguimos atender algumas questões para que a cavalgada ocorresse, mas foi uma tarefa árdua. Não houve proibição oficial, mas percebemos que não conseguimos mais atender todas as exigências impostas. Alguns cavaleiros que costumavam participar da cavalgada não devem vir este ano, pois não realizaremos o evento", lamentou o padre. 

No ano passado, para evitar maus-tratos aos animais, o MPMG estabeleceu regras sobre a cavalgada. As normas foram para garantir que a cavalgada acontecesse de forma fiscalizada e levando a saúde dos animais em consideração. Os promotores de Justiça Carlos Valera e Renato Teixeira colocaram como condição à expedição de alvará para a cavalgada a apresentação de todos os documentos exigidos, entre eles a Anotação de Responsabilidade Técnica de Médico Veterinário e o registro no IMA da entidade promotora. O veterinário, contratado pelos organizadores fará o acompanhamento da cavalgada e dará assistência aos animais em caso de necessidade. Também devem estar definidos o percurso da cavalgada, a indicação dos pontos de alimentação e para os animais tomarem água. 

A decisão de suspender a cavalgada foi recebida com certo pesar pela comunidade local, que via esse evento como uma manifestação de união entre moradores da cidade e das áreas rurais.  

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