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Festas de fim de ano podem aumentar procura por ajuda contra o alcoolismo em Uberaba

Dandara Aveiro
Publicado em 28/12/2025 às 17:14
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Em Uberaba, o período é considerado “extraordinário” para o acolhimento de pessoas que enfrentam problemas com a bebida (Foto/Reprodução)

As festas de fim de ano, marcadas por confraternizações e comemorações em que o consumo de bebidas alcoólicas é frequente, costumam intensificar a procura por ajuda contra o alcoolismo. Em Uberaba, o período é considerado “extraordinário” para o acolhimento de pessoas que enfrentam problemas com a bebida, segundo relato de Eurípides, membro do Alcoólicos Anônimos (AA), em entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM. 

Segundo ele, o fim de ano reúne uma série de situações que funcionam como gatilhos para quem já enfrenta a dependência, como celebrações, frustrações e excessos. “Essa época do ano, sem dúvida nenhuma, é extraordinária para essa finalidade. Afinal, estamos comemorando, porém, o alcoólico bebe tanto nas vitórias quanto nas derrotas para afogar as mágoas. Sempre há uma razão para isso”, afirmou. 

Nesse contexto, Eurípides reforçou que o alcoolismo é uma doença marcada pela negação, o que dificulta a busca espontânea por ajuda, mesmo quando os prejuízos se tornam mais evidentes nesse período do ano. “É preciso que a pessoa doente, que já está bem adiantada no vício do alcoolismo, tenha a consciência de procurar ajuda”, disse. Sobre internações compulsórias, ele ressaltou que o tema é delicado e envolve questões legais, uma vez que a lei brasileira ainda não admite tal ato, a não ser por ordem judicial. 

Além do indivíduo, a família também tem papel fundamental no processo de recuperação, especialmente em épocas de maior convivência. Segundo o membro, além das reuniões do AA, os familiares são orientados a buscar apoio em irmandades paralelas que cuidam dos chamados codependentes. Em Uberaba, ele citou o Al-Anon, que funciona na Igreja São Benedito, e o Amor-Exigente, voltado ao apoio dos familiares. “Procurar ajuda é fundamental. Dificilmente o alcoólico, enquanto no uso, consegue algo de positivo sozinho”, afirmou. 

Eurípides também destacou que muitos acreditam ter uma relação saudável com a bebida, o que se intensifica em períodos festivos, quando o consumo é socialmente estimulado. Por este motivo, ele lembra que o primeiro passo do AA é justamente reconhecer essa impotência e a perda do domínio sobre a própria vida. “Evitar o primeiro gole, frequentar as reuniões e admitir essa impotência” são orientações centrais do programa. 

Por fim, Eurípides explicou que o Alcoólicos Anônimos não é contra quem bebe ou produz bebidas alcoólicas e que apenas uma parcela da população desenvolve a dependência. Ainda assim, ele defendeu a ampliação de ferramentas de conscientização, como o teste CAGE, questionário utilizado para rastrear o uso abusivo de álcool ou dependência. “Nós temos algumas maneiras de averiguar se a bebida está nos fazendo mal, e isso deveria estar mais espalhado pela sociedade”, concluiu. 

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