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Fósseis encontrados na BR-050 podem chegar a 32

A descoberta desencadeia zoneamento de áreas onde há maior possibilidade de novos fósseis serem encontrados em Uberaba

Diovana Miziara
Publicado em 07/12/2023 às 17:46
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Fóssil encontrad às margens da rodovia BR-050 em Uberaba (Foto/Divulgação)

Aumenta a quantidade de fósseis encontrados na BR-050, em Uberaba. O material foi descoberto durante escavação em uma obra da Eco050 e, a princípio, indicava 22 blocos com fósseis possivelmente pertencentes a titanossauro que vivia na região há cerca de 80 milhões de anos. Ainda pendente de análises, o quantitativo total encontrado no local pode chegar a 32 partes. 

Segundo Paulo Macedo, responsável que lidera a pesquisa, novos fósseis podem ser encontrados ainda. “Fizemos um levantamento de Cristalina a Delta. Entre esse trecho, conseguimos detectar que entre o KM 128 ao KM 183 é altamente potencial paleontológico. A partir daí, qualquer obra que tiver nesse trecho precisará que seja feito o monitoramento. Fui chamado a fazer esse monitoramento no KM 168, sentido Sul, e dali começaram os achados. No mesmo KM 168, sentindo Norte, possivelmente vamos achar mais fósseis”, revelou. Todo o material foi entregue às equipes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), para análise e descoberta da espécie exata encontrada na região. 

Fósseis encontrados Às margens da rodovia em Uberaba (Foto/Divulgação)

A descoberta desencadeia zoneamento paleontológico em locais onde possam ter mais fósseis. O trabalho começará a ser feito ainda neste mês de dezembro, em Uberaba, encabeçado pelo promotor Carlos Valera, coordenador regional das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente das Bacias Hidrográficas dos Rios Paranaíba e baixo Rio Grande.

“Esse trabalho vai facilitar para nossos empreendedores, as pessoas que vão edificar na cidade, que já saberão antecipadamente o local que pode ter ocorrência de fóssil. E, em razão dessa situação, eles podem previamente contratar um profissional para fazer o resgate, contribuindo para nossa cultura e para nossa educação”, explicou o promotor Carlos Valera.  

Ele lembra que o fato de haver fósseis em um local não inviabiliza a obra, ao contrário. “Preciso deixar claro que se tiver fóssil no local, ele não impede ou inviabiliza a obra. A única coisa que precisa ser feita é contratar um profissional. Ele faz o resgate daquele fóssil e a obra segue normalmente”, frisa Valera. 

O zoneamento paleontológico será feito pela UFTM, com custo de R$ 200 mil. O recurso foi rateado entre a Prefeitura Municipal de Uberaba, que contribuiu com R$ 100 mil, e os Ministérios Público Estadual e Federal, com aporte de R$ 50 mil cada.  

A previsão para o término do trabalho é de 10 meses para a confecção de um mapa com as cores verde (sem possibilidade de rochas com fóssil), amarela (podem ter rochas e é necessário que o proprietário faça um acompanhamento) e vermelha (tem rochas com fóssil e aí faz-se o acompanhamento desde o início com profissional). 

“Este trabalho visa a preservação do patrimônio paleontológico e para que também não haja atraso nos empreendimentos. Esse mapa ficará em várias secretarias da Prefeitura, como Secretaria de Obras, Meio Ambiente todas que tiverem relação com empreendimentos e vai fazer parte de análise ambiental e de patrimônio aqui no município. Assim que estiver pronto, provavelmente ao final do próximo ano”, explicou Tiago Marinho, paleontólogo e professor da UFTM. 

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