Funcionários deflagram paralisação do HC, mas limpeza é parcial

Continua sem solução a situação dos 150 funcionários da empresa Adserv, que, em greve desde às 5h de ontem, permanecem sem receber o acerto referente à salário, vale-transporte e vale-alimentação, correspondentes a janeiro e fevereiro deste ano, bem como Fundo de Garantia e INSS, segundo eles, atrasados há três meses. “Estamos sem saber o que fazer. Muitos até já perderam a esperança de receber esse dinheiro”, conta uma das funcionárias que preferiu não se identificar.   Segundo ela, embora todos os trabalhadores tivessem aderido à manifestação, alguns deles foram convencidos, já na porta do Hospital de Clínicas, a voltarem ao trabalho em caráter emergencial. “Cobrimos às áreas de urgência, como CTI, centro cirúrgico e pronto-socorro. Foi um pedido do hospital para que mantivéssemos, pelo menos, os serviços essenciais”, explica a trabalhadora que conversou com a reportagem, sob a condição de que teria sua identidade preservada. Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o superintendente do HC, professor Murilo Rocha explicou que em agosto do ano passado, quando a empresa apresentou os mesmos problemas relativos aos acertos salariais, ficou definido que a Universidade Federal do Triângulo Mineiro só liberaria o pagamento à empresa pelos serviços prestados, caso a Adserv apresentasse um comprovante de quitação trabalhista que incluísse o pagamento de todos os funcionários.   “E o pagamento vinha sendo realizado normalmente até que, em dezembro, houve um atraso e o comprovante de quitação relativo a esse mês só foi apresentado no início da semana, ocasião em que a UFTM liberou o pagamento dos recursos de dezembro”, explicou o superintendente. Ele destacou que esse dinheiro já seria suficiente para o pagamento dos funcionários. Segundo ele, o acerto dos funcionários poderia ser realizado de duas formas: ou a empresa pagaria parte da dívida e a universidade liberaria os recursos relativos aos meses de janeiro e fevereiro para o restante do pagamento, ou a UFTM pagaria os funcionários diretamente com esses recursos, mediante recebimento de ordem judicial. Adserv. Patrícia Ramos, representante comercial da Adserv, sediada em Belo Horizonte, afirmou que a empresa não tenciona pagar os funcionários com os recursos relativos ao mês de dezembro. “Já foi tudo acertado com a universidade e já que eles estão retendo o dinheiro dos últimos dois meses, é deles a responsabilidade do pagamento”, afirmou. Sob a garantia de que o contrato com a Adserv seria rescindido, segundo informou o superintendente do HC, os funcionários hoje já voltaram ao trabalho. “Todos eles, senão a maioria, serão mantidos pela nova empresa”, concluiu Murilo.