Gol faz última viagem e aeroporto de Uberaba tem apenas um voo ativo

O aeroporto Mário de Almeida Franco, em Uberaba, está oficialmente com apenas um voo ativo. A Gol realizou, nesta segunda-feira (8), a última viagem da rota Uberaba/Congonhas, e deixou de operar a frota na cidade. A única linha ativa é o voo da Azul, às 15h10, diariamente, para Confins (BH), o que não satisfaz os moradores e viajantes.

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A queda na oferta de voos no aeroporto de Uberaba já havia sido anunciada no começo do ano. Ainda no fim de 2022, a Gol cancelou voos saindo de Uberaba para Guarulhos, apesar da boa adesão inicial. A empresa não explicou o motivo do corte. Já em janeiro de 2023, a companhia aérea reduziu a oferta de voos para Congonhas (SP). A manobra seria temporária, até 25 de março, porém, não retornou a linha anterior. Em seguida, a empresa Azul deixou de utilizar os voos até Campinas (SP), saindo de Uberaba. 

A situação, inclusive, causou uma onda de demissões de funcionários das empresas, conforme noticiado em primeira mão pelo Jornal da Manhã.

Em uma série de relatos de insatisfação encaminhados à reportagem, moradores de Uberaba reclamam da falta de rotas e questionam a “fraqueza política” da cidade na atração de novas viagens e companhias. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rui Ramos, falou à Rádio JM nesta segunda-feira (8) e comentou as tratativas em andamento para registro de novos voos, após nova rodada de reuniões.

“O que eu senti é que a Gol está, talvez, com dificuldade de disponibilidade de equipamento para atender ao voo. Eu fiz uma viagem pela Gol recentemente e o comandante falou que está com uma malha muito apertada, sem folga na frota. Isso é normal, em alguns momentos, e as companhias se ajeitam. Em paralelo, conversamos com a Azul, e ela está fazendo de tudo para retomar o voo para Campinas”, expôs Rui Ramos.

Essa dificuldade de operação da Gol também já era conhecida. Primeiramente, a companhia lembrou que não há pelotão do Corpo de Bombeiros para atuação no aeroporto de Uberaba. Problema superado, conforme Rui Ramos. “Foi colocado que eles precisam de apoio do Estado devido às questões operacionais, com relação aos bombeiros. Com a Infraero, essa questão dos bombeiros está decidida. Se a Gol vier com o jato [Boeing 737] para Uberaba, não haverá problema com bombeiros, que estarão dando apoio às viagens”, esclareceu.

Outro problema é o incentivo tributário estadual. Foi colocada à mesa a iniciativa do Estado reduzir os custos de impostos de combustíveis para as companhias que aumentarem as frotas dentro de Minas Gerais, um ponto visto como positivo pelo secretário.

“Na realidade, o governo tem um convênio com as companhias aéreas e conseguiu o seguinte: quanto mais voos tiver para cidades de Minas Gerais, e quanto mais assentos, maior o incentivo na questão da tributação do combustível de aviação. E isso provocou uma reunião com a secretaria de Desenvolvimento do Estado e eles estão avançando. O Estado se colocou à disposição para resolver tudo que precisassem. E eu estou aguardando essa resolução”, declarou Rui Ramos.

Desta forma, atualmente, Uberaba tem apenas um voo ativo, na rota direta para o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, no horário de 15h10, diariamente. No entanto, essa viagem também já foi alvo de reclamações dos moradores.

A principal queixa é em relação ao horário, já que o meio da tarde seria inviável para a maioria dos trabalhadores locais. Além disso, haveria dificuldade na organização da viagem, inclusive na questão de marcação de quartos de hotéis, que não costumam abrir check-in após as 12h.

A reportagem do JM questionou a empresa Gol sobre a possibilidade de retomada de rotas. Segundo a empresa, começará operações em Uberaba com aeronaves a jato, modelo Boeing 737 para até 186 lugares, em 6 de julho de 2023. Serão ofertados três voos semanais entre o aeroporto local e Congonhas, em São Paulo, às segundas, quintas e domingos, a única ligação sem escalas entre Uberaba e a capital paulista.

A Azul também foi questionada sobre a possibilidade de retomada de rotas, porém, até o momento, não há resposta. A matéria segue em atualização.