ATENDIMENTO NORMAL

Hospital da Criança formaliza recusa à intervenção; atendimento permanece inalterado

Apesar de algumas demissões terem se concretizado, equipes continuam a prestação de serviço à espera de solução alternativa junto à Prefeitura de Uberaba

Rafaella Massa
Publicado em 27/04/2023 às 17:57Atualizado em 27/04/2023 às 17:58
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Hospital da Criança, um patrimônio da saúde em crise. (Foto/Arquivo)

Hospital da Criança, um patrimônio da saúde em crise. (Foto/Arquivo)

Apesar do imbróglio entre a Prefeitura de Uberaba e o Hospital da Criança, o atendimento na unidade de saúde continua normalmente. É o que garante a presidente da instituição, Maria Aparecida Magnabosco, confirmando, ainda, que os últimos dias apresentaram queda nos casos de dengue e meningite. Segundo ela, apesar de algumas demissões terem se concretizado, equipes continuam a prestação de serviço à espera de solução alternativa à intervenção, cuja rejeição foi decidida em assembleia na semana passada. A formalização da decisão foi protocolada apenas nesta quarta-feira (26) junto ao Município, no entanto.

Em entrevista à Rádio JM, a presidente do Hospital da Criança tranquilizou a população em relação aos atendimento, garantindo a manutenção do serviço habitualmente prestado. “O ritmo de trabalho continua o mesmo que o paciente já conhece. Nós não deixamos de atender uma criança, não deixamos de hospitalizar uma criança. Está tudo certinho”, afirma.

Ainda de acordo com Maria Aparecida Magnabosco, os últimos dias apresentaram uma diminuição em casos de doenças que lotaram a sala de espera do hospital nos primeiros meses do ano, como a dengue e a meningite. “Agora, esses últimos dias, acabou um pouco aquele monte de criança com dengue, febre, meningite. Então, deu uma aliviada”, analisa. 

Maria Aparecida, no entanto, lamenta o efeito negativo do anúncio de intervenção entre os trabalhadores da instituição. Ela afirma que o clima é de insegurança entre a equipe e alguns pedidos de demissão já foram feitos. “Os funcionários estão em pânico. Isso aí, ela [a prefeita Elisa Araújo] fez com que todo mundo, a classe trabalhadora do hospital, esteja assim. Teve gente que pediu demissão. É chato, o pessoal está em pânico. Está um alvoroço lá dentro que eu e a Marisa estamos custando a contornar. Mas continuamos atendendo a população normalmente, não sai uma criança sem ser atendida”, desabafa.

O Hospital da Criança protocolou nesta quarta-feira (26) um documento formalizando a recusa pela intervenção, decidida em assembleia realizada na semana passada. Questionada pelo Jornal da Manhã, a Prefeitura de Uberaba confirmou o recebimento do documento, mas até a publicação desta matéria não havia respondido aos questionamentos sobre os passos seguintes, tampouco se haverá o recuo à decisão de intervenção. Vale mencionar que, apesar de ter sido anunciada pela prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) no início do mês, a intervenção no Hospital da Criança não foi formalizada no Porta-Voz, tampouco apresentados seus parâmetros à população. 

Relembre. A intervenção no Hospital da Criança foi anunciada pela prefeita Elisa Araújo no dia 4 de abril. Inicialmente, a chefe do Executivo afirmou que não iria impor a medida à administração da unidade. Sem detalhar a intervenção, a prefeita afirmou em entrevista à Rádio JM que a expectativa do Município é que todas as decisões acerca do caso fossem tomadas até o fim do mês de abril, quando seria anunciado o modelo de intervenção. 

A intervenção foi proposta por Elisa em reunião com o Hospital da Criança, quando foi apresentado diagnóstico de problemas levantados pela Sociedade Educacional Uberabense, entidade parceira. Apesar de inicialmente aceitar a medida, a administração do hospital optou por rejeitar a proposta de intervenção após assembleia. Segundo a presidente Maria Aparecida Magnabosco, em reunião, ficou decidido pela recusa, sendo apenas um voto em favor da intervenção. 

No dia seguinte à deliberação do Hospital da Criança, a presidente comunicou a decisão da instituição em primeira mão na Rádio JM, afirmando que aguardaria a movimentação da Prefeitura de Uberaba para uma solução alternativa para resolver os problemas apontados no diagnóstico apresentado na reunião inicial. Também à Rádio JM, o secretário de Comunicação, Marcos Ferreira, explicou que a intervenção não depende de anuência do Hospital da Criança e que a recusa, apesar de dificultar o processo, não o impede.

Desde o primeiro anúncio, a intervenção vem sendo amplamente questionada, inclusive quanto à sua legalidade.

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