Futuro das escolas cívico-militares não afeta o funcionamento da Escola Municipal José Geraldo Guimarães (JGG), única da rede municipal que adota o modelo em Uberaba. A informação é da secretária de Educação, Juliana Petek, afirmou em entrevista à Rádio JM.
Segundo Petek, mesmo com entraves em relação às escolas cívico-militares, a unidade não foi atingida de forma direta até o momento. Caso haja decisão de encerrar as atividades, a Escola Municipal José Geraldo Guimarães voltará ao modelo tradicional. “Atualmente, a JGG é mantida pelo Município. Nada muda o que está posto. A escola está em funcionamento. Inclusive, o time da nossa escola tem desempenhado um bom trabalho. Toda a equipe de profissionais está fazendo com que a escola funcione como ela tem que funcionar”, declarou.
Questionada sobre a possibilidade de mudanças caso haja decisão estadual de encerrar o modelo, a secretária respondeu que o município vai analisar a situação no momento oportuno. “Se houver decisão de encerrar, voltaremos ao padrão antigo e discutiremos isso internamente. Mas ainda não há essa definição”, reforçou.
Vale lembrar que a adesão da José Geraldo Guimarães ao modelo cívico-militar ocorreu por meio de votação comunitária e acordo técnico que assegurou recursos da União para investimentos em infraestrutura. A Prefeitura assumiu os gastos com os profissionais e optou por dar continuidade ao formato, apesar do fim do programa federal.
Enquanto a situação da JGG permanece estável, em Minas Gerais o modelo cívico-militar está no centro de debates. Em julho, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) divulgou uma lista com 12 escolas de Uberaba entre as mais de 700 unidades estaduais em tratativas para a adoção do formato. O próprio sindicato se posicionou contra a militarização, alegando desvio de recursos e falta de formação pedagógica adequada dos militares.
O governo estadual, por sua vez, defende que o modelo tem apresentado avanços, como redução da evasão escolar e melhora em índices do Ideb. No entanto, o processo de consultas às comunidades escolares foi suspenso em julho pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), após críticas e manifestações de estudantes e entidades da área. Além disso, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu esclarecimentos ao governo sobre a legalidade e os impactos da iniciativa.
Recentemente, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) suspendeu a expansão do Programa Escolas Cívico-Militares do governador Romeu Zema (Novo). A decisão partiu do conselheiro Adonias Monteiro, relator do caso. Diante de posicionamentos divergentes entre governo, sindicatos e comunidade escolar, o futuro do modelo em Minas Gerais segue indefinido. Em Uberaba, porém, a secretária Juliana Petek garante que, pelo menos por enquanto, a rotina continua inalterada.