RENOVAÇÃO

Ipês se despedem, mas outras espécies assumem: veja quem colore Uberaba na Primavera

Joanna Prata
Publicado em 23/09/2025 às 09:39
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Jardins e áreas verdes urbanas ganham cores adicionais com espécies ornamentais como manacás, flamboyants e bougainvilles, que acompanham o ritmo da estação (Foto/Reprodução)

Primavera começou oficialmente nesta segunda-feira (22) em todo o Hemisfério Sul. A estação é marcada pelo aumento das chuvas, elevação gradual das temperaturas e renovação da vegetação. Além do fim da floração dos ipês, outras espécies colorem as ruas de Uberaba, como o professor doutor Ricardo Baratella, especialista em Biologia Evolutiva e docente da Uniube, explica à reportagem. 

Segundo o pesquisador, o encerramento da temporada da florada dos ipês é um dos principais sinais dessa transição. “O retorno gradual das folhas substitui as flores e devolve a copa verde à árvore, um processo favorecido pelo fim do inverno seco e pela chegada das primeiras chuvas da primavera”, explicou. Baratella lembra ainda que os ipês funcionam como importantes bioindicadores: sua floração é sensível às condições climáticas e pode indicar alterações no regime de chuvas ou na intensidade do frio. 

Entre as espécies, os ipês brancos (Handroanthus roseoalbus) são os últimos a florir, prolongando o espetáculo natural que antecede a renovação foliar. Logo após a queda das flores, as árvores passam por uma intensa brotação, enchendo-se de folhas novas em tons de verde mais claro — um verdadeiro símbolo de reinício do ciclo vegetativo. 

A primavera começa oficialmente com o equinócio, em 22 ou 23 de setembro, quando dia e noite têm praticamente a mesma duração. Do ponto de vista climático, esse período é marcado pela retomada das chuvas, aumento da umidade e temperaturas mais amenas. Na natureza, esses fatores estimulam a floração, a brotação e a maior atividade de insetos e polinizadores. 

No Cerrado e em Minas Gerais, a transformação da paisagem é evidente. Após meses de estiagem, a vegetação árida ganha novas cores e vida. Diversas espécies nativas aproveitam as primeiras chuvas para florescer, criando um contraste marcante com o cenário seco do inverno. “Por isso, a primavera faz jus ao título de estação das flores. É quando temos a maior intensidade e diversidade de florações”, destacou o especialista. 

Além dos ipês, espécies como o flamboyant-do-Cerrado, a quaresmeira (Tibouchina granulosa), o pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), o jacarandá-mimoso e a sibipiruna se destacam nessa época, trazendo ainda mais riqueza paisagística. Na região, sobressaem-se também os tons roxos intensos da quaresmeira, o lilás do jacarandá-mimoso e o amarelo vibrante da sibipiruna. Jardins e áreas verdes urbanas ganham cores adicionais com espécies ornamentais como manacás, flamboyants e bougainvilles, que acompanham o ritmo da estação. 

O professor ressalta que, embora a brotação das folhas seja um espetáculo mais sutil, ela transforma completamente ruas, parques e áreas verdes, que voltam a ganhar tons vibrantes e atrair maior presença de pássaros e polinizadores. 

Assim, a primavera não apenas colore a paisagem urbana e rural, mas também se apresenta como um período de renovação e equilíbrio, em que a natureza se reorganiza após os meses de seca e anuncia um novo ciclo de vitalidade.

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