Hoje e amanhã a Justiça do Trabalho em Uberaba deve ter expediente reduzido, em consequência de paralisação decidida em assembleia pelos servidores daquela Justiça especializada. A paralisação será das 12 às 14 horas, nos dois dias. Inicialmente, o movimento tem cunho de advertência, com possibilidade real de greve por tempo indeterminado após o dia 14 deste mês, conforme ficou deliberado durante assembleia da classe.
É o que consta na carta dirigida aos uberabenses, divulgada ontem e afixada no prédio da JT, na av. Maria Carmelita Castro Cunha. Na “carta à população” a categoria informa que a paralisação foi o caminho encontrado por eles como forma de pressionar o Supremo Tribunal Federal a enviar o anteprojeto de revisão salarial ao Congresso Nacional, revelando que os salários encontram-se sem reajuste há praticamente três anos.
Os servidores do Poder Judiciário Trabalhista de Uberaba esclarecem ainda que “além de não possuírem data-base, os servidores do judiciário federal tampouco são contemplados com reajustes salariais, garantindo a manutenção do poder de compra dos seus salários”.
A mobilização inclui também a luta daqueles servidores por isonomia e igualdade de tratamento entre o Judiciário, o Executivo e o Legislativo, explicando que, atualmente, a remuneração do Judiciário Federal está muito aquém da remuneração das carreiras desses poderes.
Na mesma carta, eles informam que são contrários à PEC 12/06, que institucionaliza o calote no pagamento de precatório, além de retirar o caráter alimentar dos precatórios dos servidores, explicando que essa proposta limita os recursos orçamentários destinados a honrar dívida da Fazenda Pública e institui os leilões para a venda de precatório por menos da metade do valor de face.
Os trabalhadores pedem na carta não só a compreensão da população, mas também apoio ao movimento, demonstrando que ele é legítimo.