Cooperu fortalece a estruturação de melhorias e expansão da coleta seletiva (Foto/Arquivo JM)
Uberaba pode em breve contar com uma lei que obrigue a implementação da coleta seletiva no município. Segundo o promotor de Meio Ambiente, Carlos Valera, durante o IIIº Seminário Tecnológico da Rede de Catadores do Triângulo e Alto Paranaíba, foi sugerido à administração pública que seja criada uma legislação que obrigue, pelo menos, a separação de resíduos secos e úmidos.
Essa ação está prevista no contrato firmado com o Consórcio S, responsável pela gestão do lixo regional, com um prazo de implementação de até cinco anos. No entanto, o projeto também pode ser iniciado pelo município, através de leis e, principalmente, da conscientização.
Durante uma entrevista à Rádio JM, o promotor explicou os benefícios da coleta seletiva. "Primeiramente, ela traz benefícios econômicos, sociais e ambientais. O que precisamos fazer é, gradualmente, mudar a cultura e promover a separação. No entanto, sabemos que esse é um processo demorado, então é necessário acelerá-lo", afirma Valera.
De acordo com o promotor, o IIIº Seminário Tecnológico da Rede de Catadores do Triângulo e Alto Paranaíba contou com a presença da prefeita Elisa Araújo, vereadores da Câmara Municipal e até mesmo uma vereadora da Câmara Municipal de Araxá. Durante o evento, o promotor destacou uma das opções que poderia viabilizar a coleta seletiva.
"Nossa proposta para o município é que seja criada uma legislação que obrigue a separação, pelo menos, de resíduos secos e úmidos. Esperamos que, com essa legislação – que, é claro, precisará de um período de adaptação e tolerância – possamos avançar na coleta seletiva", explica.
Conforme Valera, uma série de ações precisam ser adotadas, começando pela educação até a logística da implementação da coleta seletiva, para o funcionamento efetivo do projeto. "Mas precisamos dar o primeiro passo. Estamos sugerindo isso para o município. Vi muita receptividade na prefeita Elisa Araújo e nos vereadores presentes no evento. Quem sabe terminamos o ano com uma legislação dessa envergadura? O Consórcio S, ao assumir suas atribuições, prevê a coleta seletiva, então é só operacionalizar a logística", destaca Carlos Valera.
O contrato prevê a implementação da coleta seletiva em 100% nos cinco anos após a assunção dos trabalhos pelo consórcio.
Valera ainda ressalta que Uberaba já possui um sistema de coleta seletiva através da Cooperativa dos Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e Materiais Recicláveis de Uberaba (Cooperu) e de catadores individuais.
"A eles, todos os nossos elogios e solidariedade. No entanto, os números, pelo menos os disponíveis na página da Prefeitura, são, na minha visão, irrisórios. Temos a informação de que coletamos seletivamente apenas 5% dos nossos resíduos. Portanto, precisamos avançar. Como eu disse, o avanço pressupõe todo esse diálogo, audiências públicas, workshops e sensibilização. No entanto, acredito também muito no sistema de comando e controle, então precisamos evoluir para uma legislação municipal que obrigue", conclui.