CIDADE

Longa uberabense é premiado na Europa

Parte da produção foi financiada pelo Fundo Municipal de Saúde e o restante se buscou com parceiros e voluntariado, dentro do que o produtor chamou de “cinema de guerrilha”

Thassiana Macedo
Publicado em 02/03/2017 às 09:19Atualizado em 16/12/2022 às 14:53
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Por quase um século, Uberaba foi conhecida como a terra do Zebu, mas nas últimas décadas a cidade vem diversificando a produção econômica e cultural. Um dos destaques mais recentes da cidade, que já foi reconhecido como principal ponto de encontro de viajantes e comerciantes do “Sertão da Farinha Podre”, vem justamente do cenário cultural. O longa-metragem uberabense #ninfabebe foi premiado durante o Festival Best Film Awards IFF, na cidade de Cluj Napoca, na Romênia, em janeiro.

O filme é o resultado de anos de estudo e de uma boa carga de experiência adquirida com a produção de curtas metragens pelo diretor Aldo Pedrosa. Atualmente, ele está fazendo Doutorado em Artes Visuais, na Unicamp, mas sua formação inicial foi a graduação na mesma área no Centro de Ensino Superior de Uberaba (Cesube).

O diretor conta, porém, que, para produzir o filme integralmente em Uberaba, foi necessário enfrentar dificuldades, as quais ainda surgem pelo caminho para a divulgação. “Quando conseguimos o apoio do Fundo Municipal de Cultura, com a aprovação no primeiro edital, de R$19.500,00, descobrimos que o recurso foi suficiente para cobrir apenas os custos básicos. Tivemos que recorrer a parcerias para pagar alimentação e logística. Além disso, boa parte da equipe não recebeu, trabalhando como voluntários, e os que receberam foi um cachê mínimo, que funcionou mais como uma contribuição simbólica. Tivemos que fazer o que é conhecido como cinema de guerrilha, ou seja, tentamos do melhor jeito possível fazer muito com pouco tempo e dinheiro, para cumprir o edital da Fundação”, destaca.

Superando as dificuldades, o longa foi premiado em 1º lugar na categoria de “Melhor Edição”; 2º lugar como “Melhor Filme de Estudante”, pois o filme é desdobramento do Doutorado em Artes Visuais, realizado na Unicamp por Aldo Pedrosa, e em 3º lugar como “Melhor Direção”. Foi o único representante latino-americano selecionado para o evento e disputou premiações com produções dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Rússia, Itália, Paquistão e Sérvia.

A meta agora, segundo o diretor, é divulgar o filme, o que também será um novo desafio a vencer. “O mercado cultural do Brasil é complexo e concentrado no eixo Rio–São Paulo e, infelizmente, o cinema autográfico tem monopólios de distribuição, sendo complicado conseguir um contrato para exibir o filme nas salas de cinema do país. Estamos no processo de fazer um trabalho de marketing em nível nacional para ficarmos conhecidos fora de Uberaba. O prêmio foi muito importante nesse sentido, pois abriu algumas portas e fizemos uns contatos, mas estamos buscando patrocínios para a divulgação do filme nacionalmente”, informa. Empresas interessadas em fazer parceria com esse trabalho podem entrar em contato com o diretor pelo telefone (34) 98878-3407 ou pelos e-mails aldoluispedrosa@hotmail.com e aldo@iftm.edu.br.

Aldo Pedrosa encerra dizendo que, infelizmente, existe certo preconceito contra produção independente do interior, mas ele ressalta que Uberaba tem se destacado no Triângulo Mineiro como uma das cidades que mais produzem filmes independentes. Atualmente, três longas-metragens estão sendo produzidos em Uberaba, além de outros grupos de jovens com boa produção de curtas e animações.

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