Loteamento Tamareiras, localizado na região do Ilha de Marajó, teria sido entregue sem as condições para a construção de muros de arrimo
Com terrenos de níveis diferentes e a necessidade de muros, os mutuários encontram dificuldades para a obra (Foto/Arquivo)
Mutuários do Loteamento Tamareiras reclamam das condições do terreno em que as casas foram construídas. De acordo com eles, que procuraram a reportagem do Jornal da Manhã, as condições para a construção de muro de arrimo são muito ruins.
Devido à irregularidade do terreno, os mutuários temem que as estruturas não se sustentem e caiam. Um dos moradores, que preferiu não se identificar, disse que, em uma das moradias, o murro de arrimo que foi construído tem 3,5 metros. E, ainda assim, há o temor de que não consiga se manter.
O muro de arrimo ou muro de contenção é um tipo específico de muro que serve para suportar a terra além de isolar o terreno, quando há desnível.
Ele é uma solução de segurança para terrenos em declive e ou com inclinação que receberão cortes para se tornarem planos. Após o corte, surgirão as áreas de acomodação, o espaço entre o perfil original do lote e a área que se tornou plana.
A reportagem do JM entrou em contato com a Prefeitura sobre a situação do loteamento. Conforme o retorno da Secretaria Especial de Comunicação, o Loteamento Tamareiras é empreendimento privado e encontra-se em processo de implantação, cabendo à Caixa Econômica Federal aprovar, fiscalizar e receber as unidades habitacionais.
A nota diz ainda que cabe ao Município, conforme legislação, conferir a declividade de áreas públicas, os lotes particulares e se estão enquadrados no programa de habitação de interesse social.
O JM entrou em contato com a Caixa Econômica Federal e aguarda retorno sobre a aprovação do condomínio.
Dinossauro. Em fevereiro deste ano, o Conjunto Habitacional Tamareiras foi chamado de “condomínio dos dinossauros”. O apelido foi criado por conta dos quase 300 fósseis encontrados durante obras de construção na região do Bairro Ilha de Marajó.
Durante cinco meses, as construções das 467 unidades do conjunto habitacional precisaram ser interrompidas, em 2022, após a descoberta dos fósseis. Para continuarem com a obra, foi preciso contratar um arqueólogo.