O aluno está no espectro autista e teria sido chamado de "bebezão" pelo professor (Foto/Redes Sociais)
A mãe de um aluno do 6º ano da Escola Municipal Geni Chaves, em Uberaba, acionou a Polícia Militar para denunciar que o filho teria sido vítima de bullying por parte de um professor. O aluno está no espectro autista e teria sido chamado de "bebezão" pelo professor. Em nota ao Jornal da Manhã, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirma que o professor foi formalmente "por comportamento inadequado e indevido".
O Jornal da Manhã teve acesso ao registro de atendimento, compartilhado pela mãe do aluno, onde consta que o caso teria ocorrido após outra criança beber da garrafinha do estudante. O jovem teria reclamado, momento em que o professor teria dito “Você vai chorar?” e o chamado de “bebezão”.
Na versão do professor apresentada à escola, consta que a turma estava agitada e que ele chamou a atenção do denunciante, perguntando se ele iria chorar, mas nega ter chamado o aluno de “bebezão”. O educador ainda relata que estava estressado devido à indisciplina da turma.
A versão foi rechaçada pela mãe do aluno, que negou que o filho tenha respondido mal ao professor. Ela também afirma que o professor estava com “cara de deboche” durante o atendimento. Devido a isso, ela informou que procuraria a Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Ainda de acordo com as versões relatadas no registro de atendimento da Semed, a gestora da unidade escolar mediou a continuidade do atendimento aos responsáveis, informando-os de que todas as medidas cabíveis seriam tomadas para atender às suas reclamações.
Lá consta também que a diretoria da escola planeja “aplicar uma advertência pedagógica ao professor e enviar o caso ao RH. Conversaremos com a Semed para verificar a possibilidade de remanejamento do professor para outra escola. Para o ano de 2025, caso ele não seja remanejado, ele atuará apenas nas turmas de 6º ano, garantindo que não será mais professor do aluno”.
A escola também afirma que, neste ano, o aluno será encaminhado ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), com acesso a todo o conteúdo de sala, para que não tenha prejuízo pedagógico. Assim, ele poderá frequentar a escola sem contato com o professor, evitando faltas.
A gestora informou aos pais que o aluno não procurou a diretoria para relatar nenhuma queixa anterior contra o professor.
A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a Secretaria de Educação em busca de um posicionamento sobre o caso. Em nota, a Semed informou que "acompanha o caso e, seguindo o fluxo contra violência nas escolas, o aluno e a família serão acolhidos pela Seção de Atendimento ao Educando, que oferece suporte com psicólogos e assistentes sociais".
Também foi informado que "o professor envolvido já foi advertido formalmente pela escola junto ao setor de Recursos Humanos da Semed por comportamento inadequado e indevido. Além disso, nas aulas desse professor, o aluno desenvolverá as atividades pedagógicas, sem qualquer prejuízo, em uma sala diferente, com outro profissional".