A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o registro do primeiro medicamento injetável para prevenção do HIV. O Apretude (cabotegravir) é um antirretroviral da classe dos inibidores da enzima integrase, que impede a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano. Em outras palavras, é um mecanismo de ação que evita a replicação ou a reprodução do vírus e sua capacidade de infectar novas células. Apesar de aprovado, o medicamento ainda não está disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Uberaba, entre 1980 (início do registro dos primeiros casos) e 2022 foram registrados 2.704 casos de Aids, conforme Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. A maioria é de homens, com 1.727 casos e 977 mulheres. No período foram registradas 803 mortes em decorrência da doença no município.
De 2010 a 2022, o ano com maior registro de novos casos foi 2015, com 107. A partir daí os números passaram a apresentaram oscilação com queda em 2016 com 60 casos, 2017 com 65, 2018 com 54, 2019 com 47. Nos anos de pandemia 2020 e 2021, novo crescimento com 55 e 68 casos, respectivamente. Em 2022, nova queda, com 30 registros.
Nos últimos 12 anos, o número de contaminações em homens sempre foi maior que o de mulheres.
Apretude. O medicamento injetável passa a representar uma nova opção na profilaxia pré-exposição (PrEP) no Brasil, que consistia, até então, na tomada de comprimidos diários no intuito de permitir ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. A estratégia começou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2017 por meio da combinação de dois antirretrovirais, o tenofovir e a entricitabina.
Segundo a Anvisa, a PrEP é indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para o HIV. Algumas situações que podem indicar o uso são: o indivíduo frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais); o indivíduo faz uso repetido de profilaxia pós-exposição (PEP); o indivíduo apresenta histórico de episódios de infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Conforme a agência são candidatos à PrEP indivíduos inseridos em contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas e moradia; e pessoas que praticam chemsex, o sexo sob a influência de drogas psicoativas como metanfetaminas, GHB, cocaína e poppers.