A paralisação atinge o pronto atendimento e a unidade de terapia intensiva; em nota, hospital diz que não foi comunicado da paralisação
Hospital Hélio Angotti (Foto/Jairo Chagas)
Médicos do Hospital Oncológico Hélio Angotti estão paralisando o atendimento básico por falta de pagamento a partir desta quinta-feira (2). Profissionais alegam que estão sem pagamento desde dezembro e não irão retornar até receberem os salários atrasados. Em nota, o hospital informou que não foi comunicado da paralisação e o contrato com a empresa prestadora deste serviço encontra-se vigente.
De acordo com denúncia enviada à reportagem do Jornal da Manhã, médicos lotados nos setores de Pronto Atendimento e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) já encerraram os atendimentos nesta tarde. O denunciante relata que o último salário que recebeu foi referente a novembro.
“Eu tenho R$21 mil parados no hospital, fazendo plantão atrás de plantão, preciso receber, estou trabalhando de graça”, relata.
Os setores que serão paralisados são Pronto Atendimento e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo relato, há oito pacientes nos leitos da UTI. A ala de quimioterapia deverá continuar.
Profissionais da saúde alegam que só iriam retornar os atendimentos quando receberem e a expectativa é que tudo seja quitado até amanhã, sexta-feira (3). O médico ainda conta que a escala de trabalho referente ao mês de fevereiro já está desfalcada porque não se sabe quando os médicos retornam ao hospital.
Segundo o relato, os salários deveriam ser pagos com o repasse do Governo Municipal. “Tem R$ 1 milhão parado em cofre público que deveria ser destinado para o Hélio Angotti”, se queixa o denunciante. Ainda no início desta semana, a PMU afirmou que havia efetuado o pagamento dos hospitais da rede, mas a administração do hospital negou que tenha sido integral.
A reportagem do JM entrou em contato com o Hospital Hélio Angotti. Em nota enviada pela assessoria, o Hélio Angotti informou está em atraso com alguns pagamentos referente ao corpo clínico. O motivo se baseia na falta de repasse por parte do Executivo Municipal de Uberaba na ordem de R$1 milhão oriundos de serviços realizados desde o mês de junho de 2022.
"Há também cerca de R$4 milhões retidos provenientes de emendas parlamentares destinadas à custeio. Espera-se que seja feita a formalização do repasse da celebração de aditivo referente ao Termo de Convênio", informou o hospital.
Sobre a paralisação, o hospital "não foi comunicado e o contrato com a empresa prestadora deste serviço encontra-se vigente".
A reportagem também acionou o Governo Municpal. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que "na segunda quinzena de janeiro, foram pagos os valores mensais aos prestadores de Serviços SUS. A Secretaria de Saúde não mede esforços para apurar e solucionar toda e qualquer solicitação dos prestadores. Lembrando que é necessário seguir todos os trâmites necessários para dar legalidade a toda e qualquer despesa. O compromisso da gestão é solucionar o problema o mais breve possível'.