Em Uberaba, segundo pesquisa da Fundação Procon, o combustível da cana-de-açúcar apresentou redução de 0,5% (Foto/Reprodução)
O preço do etanol caiu R$0,28 entre março e abril nos postos de combustível em Minas Gerais. Em Uberaba, conforme pesquisa realizada pela Fundação Municipal de Defesa do Consumidor (Procon), o derivado da cana-de-açúcar teve redução de 0,5% e o valor médio é de R$4,02.
Porém, no perímetro rodoviário, o valor se manteve em R$4,26. Em Uberaba, o preço médio do etanol nos postos do perímetro rodoviário, nas três últimas semanas, era de R$4,04.
Em Minas Gerais, na semana de 2 a 8 de março, o preço médio do litro do biocombustível girava em torno de R$4,55, enquanto entre os dias 6 e 12 de abril o valor foi de R$4,27, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Já em Uberaba, nesse mesmo período, conforme as pesquisas do Procon, o valor médio do etanol era menor que a média geral do Estado, sendo encontrado a R$4,12.
De acordo com o presidente da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig bioenergia), Mário Campos, em entrevista ao jornal Diário do Comércio, a queda normalmente não ocorre nesse período, que já é entressafra. Portanto, os preços podem ser explicados por dois fatores principais. Primeiro, o etanol não depende mais só da cana-de-açúcar. “Ele também vem do milho, que não tem sazonalidade de produção e produz o ano todo”, explica.
O segundo motivo é o fato de muitas unidades iniciarem o processamento da cana em março. Entretanto, Campos pontua que a queda dos valores do etanol para o consumidor final foi maior do que a do preço ao produtor. Ele atribui essa movimentação à redução da margem de lucro na cadeia produtiva. “Redução de margem não dá para identificar se foi na indústria e no posto ou só em um deles. Talvez até a competição tem induzido a essa redução”, pontua.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo em Minas Gerais (Minaspetro) informou, em nota, que a queda de 2% do preço do etanol observada nas cinco últimas semanas na pesquisa semanal de preços da ANP é semelhante à queda nas usinas produtoras. “Devido à alta competitividade dos postos, os empresários mantiveram suas margens e repassaram o preço para os consumidores”, afirma.