CIDADE

Métodos utilizados no Censo 2010 já causam polêmicas

Questionário do Censo 2010 aponta possíveis falhas de recenseadores do IBGE, de acordo com dona-de-casa que preferiu manter sua identidade preservada

Da Redação
Publicado em 05/08/2010 às 00:20Atualizado em 20/12/2022 às 05:02
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Questionário do Censo 2010 aponta possíveis falhas de recenseadores do IBGE. Em contato com a redação do Jornal da Manhã, dona-de-casa que preferiu manter sua identidade preservada reclamou sobre os métodos utilizados na realização da pesquisa, afirmando que foi questionada sobre apenas quatro questões.   “O IBGE diz que cada recenseador pode demorar, no máximo, 20 minutos por entrevistado, mas no meu caso não gastou nem cinco”, garante. “As únicas perguntas que me fez foram: quantas pessoas moravam em minha casa, se o imóvel é próprio ou alugado, minha idade e renda mensal, mais nada”, relata a dona-de-casa.   A atuação dos recenseadores explicaria a polêmica revelada, ontem, pelo jornalista Wellington Cardoso, que, em sua coluna diária no JM, informa que o questionário do censo não permitiria que praticantes de umbanda ou candomblé, por exemplo, fossem calculados. “Somente católicos ou evangélicos poderão ser contados com precisão”, dizia em trecho da nota.   Polêmica. O presidente da Federação Espírita Brasileira, Nestor João Masotti, também divulgou comunicado informando que, no questionário da pesquisa, os seguidores da Doutrina Espírita são caracterizados como kardecistas. No comunicado, ele afirma que, como não há tempo hábil para promover mudanças no texto e o Censo já está em curso, a orientação é para que todos os espíritas se declarem kardecistas ao responder as perguntas, uma vez que a palavra espírita não foi registrada.   Para o presidente do Centro de Tradições Culturais e Religiosas Afro Brasileiras (Centrafo), Babá Carlos Costa, a situação reflete a imensa intolerância religiosa presente no país. “Com certeza, a desculpa será a de que o Governo simplesmente se esqueceu de colocar na lista as religiões de matriz africana. Quando alguém ou uma condição são colocados à margem dessa forma, isso caracteriza preconceito”, pontua.   Segundo ele, uma Marcha pela Tolerância já está sendo programada pelo Centrafo como forma de manifestação pública contra o preconceito. “Temos 120 casas de terreiro em Uberaba e cada uma conta com mais de 50 médiuns e 100 assistentes. É uma parcela da população muito grande para ser ignorada”, protestou.   Na contramão da polêmica, o chefe da agência do IBGE em Uberaba, Marcelo Tuychi, não confirmou as informações e afirmou que existem mais de mil religiões e ramificações religiosas expressas no questionário. “Ainda não temos uma resposta superior oficial, mas eu realmente não sei de onde surgiu essa notícia”, garante.   Sobre a atuação dos recenseadores, Tuychi afirmou que são treinados a não ajudarem o candidato na hora da resposta. “Eles não podem listar opções na hora da entrevista”, conta. “No último Censo, realizado aqui em 2000, contamos 31.634 espíritas, 1.840 umbandistas e 567 candomblecistas.

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