Morador de rua Ricardo Santos Moreira procurou a redação do Jornal da Manhã para denunciar situação dos abrigados pelo Albergue Municipal, caracterizada por ele como de descaso e desrespeito. “Só porque estamos em condições difíceis assim não quer dizer que somos melhores ou piores que ninguém”, protestou o albergado. Segundo ele, depois de passar a noite no local, foi destratado por uma das funcionárias e teve seu pedido de passagem para Uberlândia recusado. “Eu soube que esse é um tipo de ajuda que eles oferecem aqui e queria ir até lá para chegar à minha cidade natal, onde está toda minha família”, disse referindo-se à cidade de Pirapora, no Norte de Minas. De acordo com Ricardo, no entanto, a funcionária municipal explicou que a Prefeitura estava passando por problemas financeiros, razão pela qual a passagem solicitada não seria garantida ao morador de rua. “Falou que infelizmente não iria me ajudar e que eu tinha quatro dias para sair do albergue. Quer dizer, esse tipo de assistência posterior que eles falam que dão não é verdadeira”, reclama. “Continuamos sem condições de restabelecimento, jogados à própria sorte mesmo”, completa. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social, mas não houve respostas sobre os questionamentos. Como a subsecretária da Seds, Cristina Paranhos, já havia afirmado em entrevista concedida ao Jornal da Manhã no dia 20 de janeiro, o albergue deve funcionar como parte do processo de reinserção social dos andarilhos e não somente como abrigo provisório. “Através de assistência social, médica e auxílio para colocação no mercado de trabalho também”, explicou. De acordo com o último levantamento, de janeiro a novembro do ano passado, 1.822 pessoas foram abordadas pela Ronda Social e levadas ao albergue, sendo que 86 encaminhadas às suas famílias, nove ao mercado de trabalho e 62 para tratamento.