Paciente morre na Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Abadia, depois de esperar por transferência. De acordo com a família, o desempregado Leodenis Domingos de Araújo, de 61 anos, veio de Luziânia, no Distrito Federal, após ser atropelado. Apresentando fratura no braço e possível trauma de cabeça e tórax, os familiares resolveram trazê-lo para Uberaba, pois não concordaram com a alta que o paciente recebeu no hospital daquela cidade.
A sobrinha Lucilaine Alves Araújo explicou que Leodenis deu entrada na UPA no dia 6, por volta das 20h. Ela diz que os médicos afirmaram que não poderiam encaminhar o paciente para hospitais, pois não havia leitos desocupados.
Na manhã de ontem, depois de quatro dias na unidade, a família do desempregado recebeu com indignação a notícia de sua morte.
Para um de seus irmãos, o pedreiro José Eurípedes Araújo, os médicos não deram atenção necessária ao caso. Ele diz que o irmão perdeu a vida por descuido da equipe médica. “Eu notei que ele estava sem fôlego. Perguntei ao médico, que não deu atenção, simplesmente virou as costas e continuou andando”, pontuou.
José Eurípedes ainda reclama que viu o irmão sofrendo com dores, despido, sem ter recebido sequer um cobertor.
Leodenis está sendo velado na casa de parentes, na avenida Orlando Rodrigues da Cunha, e até o fechamento desta edição não havia previsão do local e horário do enterro.
A Secretaria de Saúde informou que só irá pronunciar-se após investigação do caso.
Demora. Outro problema enfrentado pelos pacientes da UPA Abadia foi a demora para fazer exames médicos. Segundo Rinaldo da Silva Batista, sua irmã, Aparecida de Lurdes Batista, 43 anos, ficou das 9h às 16h na espera para fazer um raio X de coluna.
Com fortes dores, ela chegou à UPA e foi medicada, mas precisava do resultado do exame para saber qual era o problema. “É um desrespeito fazê-la aguardar desta forma”, desabafou Rinaldo.