Motoristas por aplicativo (Foto/Divulgação)
Em busca de melhores condições de pagamento e trabalho, motoristas de aplicativo de todo o país devem iniciar greve, marcada para o dia 15 de maio, segunda-feira. Em Uberaba, mais de 120 motoristas devem aderir à paralisação, que não tem prazo determinado. Contudo, alguns trabalhadores com quem o Jornal da Manhã conversou revelaram a possibilidade de retaliação contra os não aderentes ao movimento.
Entre as principais reclamações dos motoristas está a porcentagem arrecadada pelas empresas em cada corrida que, em alguns aplicativos, pode chegar a 40%. Conforme relato de motoristas uberabenses, a maioria precisa se cadastrar em, pelo menos, três aplicativos, para conseguir um lucro substancial no fim do dia. “É por causa das altas taxas dos aplicativos cobrada em cima dos motoristas. Chega a ser cerca de 35% a 40%. Se você faz uma corrida de R$10, o motorista encerra ela e sobra R$6”, afirma um motorista.
Ainda de acordo com informações apuradas pelo Jornal da Manhã, os motoristas que não aderirem à greve podem sofrer algum tipo de retaliação. “Eles estão com algumas conversas no sentido de que quem resolver rodar, irão fazer chamada falsa: chamar e depois cancelar”, alega um grevista.
Além de Uberaba, diversas cidades, sobretudo capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, também devem aderir à paralisação.
A última paralisação voltada ao reajuste de tarifa aconteceu em fevereiro de 2021, em Uberaba. Depois dela, o desafio da categoria se voltou aos altos preços dos combustíveis, acentuados em 2022, gerando, além de paralisações, uma onda de evasão entre os motoristas, que desistiram da profissão. No entanto, no fim do ano, com a retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço dos combustíveis, a situação se estabilizou.
A reportagem do Jornal da Manhã acionou a Uber e a 99 para posicionamento. O espaço está aberto à manifestação.