A paciente teve queda de bicicleta no dia 7 de abril e sofreu deslocamento do joelho; desde então, é “jogada” de um lado para outro na tentativa de fazer o exame, que tem pedido de urgência
Acidente ocorreu na saída para a Univerdecidade (Foto/Divulgação/CBM)
Mulher, de 32 anos, que sofreu queda de bicicleta em calçada na avenida Randolfo Borges Júnior, na Univerdecidade, enfrenta uma verdadeira maratona para dar continuidade ao tratamento do joelho, ferido no acidente, o qual depende de um exame de ressonância. A ocorrência se deu no dia 7 de abril, quando ela se desequilibrou em um desnível na calçada do Parque Linear, próximo ao Praça Uberaba Shopping, e ao cair da bicicleta sofreu um deslocamento no joelho direito. Na ocasião, foi socorrida e levada pelos bombeiros para o Hospital Regional José Alencar e desde então tenta realizar o exame de ressonância magnética, que teria sido pedido com urgência pelos médicos que a atenderam.
Ao Jornal da Manhã, ela conta que foi encaminhada para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) pela médica do Hospital Regional, considerando seu caso como urgente. No entanto, ao chegar à unidade do bairro Tancredo Neves, no dia seguinte, foi informada que não havia médico disponível e foi aconselhada a retornar à noite.
“Fui orientada a passar por uma triagem com a equipe de enfermagem e depois ser encaminhada a um médico clínico, que me daria um novo encaminhamento para especialista ortopedista, embora já tivesse sido encaminhada pelo Hospital Regional. Depois disso, fui inserida na fila de espera eletrônica e informada que não havia previsão para o agendamento”, relata.
Ela foi aconselhada a tentar atendimento em outra UBS, onde o especialista questionou as circunstâncias do ferimento. “Ele próprio ficou bastante abismado com o fato de eu ter recebido alta do Hospital Regional sem esse exame de ressonância e, ainda por cima, me informou que o meu caso era de urgência, e não de UBS, porque lá ele só me veria em três meses”, afirma a denunciante.
De acordo com ela, o especialista tentou acelerar o processo para que o procedimento fosse realizado rapidamente. No entanto, ela saiu da unidade apenas com uma nova guia de referência e sem previsão para o exame. “Ele disse que eu seria direcionada para o ‘ambulatório de joelho’, que eu seria chamada ou pelo Hospital de Clínicas ou pelo Mário Palmério. Entrei em contato com a SMS para ver como estava a situação da fila e fui informada, para minha surpresa, que eu estava normalmente inserida na fila para uma nova consulta com um novo médico ortopedista, e não para o exame. E ainda me informaram que não tinha no sistema uma discriminação de urgência, que eu estaria numa fila geral e sem qualquer previsão de agendamento”, alega a denunciante ao JM.
Na secretaria, a mulher recebeu a informação de que somente após levar o parecer desse novo ortopedista é que ela seria inserida na fila de ressonância. “Eu teria que encaminhar ainda para a Secretaria de Saúde, aguardar a aprovação, para então levar ao Hospital Escola e depois aguardar o hospital fazer um agendamento. Ou seja, realmente algo a perder de vista”, afirma.
Ela relatou o caso ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e tentou denunciar na Defensoria Pública, mas foi orientada a solicitar ao médico que preenchesse um formulário para judicializar a demanda. Depois da denúncia ao MPMG, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) entrou em contato para marcar uma nova consulta, mas não o exame.
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio de nota da Assessoria de Imprensa, afirmou que entrará em contato com a paciente para resolver a situação e ressaltou que o tratamento eletivo pelo SUS segue um fluxo iniciado nas unidades básicas, com encaminhamentos especializados de acordo com cada caso.