Orelhão sobrevive à concorrência do celular

Nos últimos anos, a venda de telefones celulares registrou uma explosão. Opções como ligar de orelhão aos poucos vão sendo deixadas de lado, apesar de uma ligação a partir de telefone público ser vinte vezes mais barata do que a de um celular pré-pago. Ainda assim, segundo comerciantes, muitos usuários se sentem atraídos pelas baixas taxas e acabam fazendo uso do telefone de orelhão. Cristiano Arduini, proprietário de uma mercearia que também trabalha com a venda de cartões de recarga e cartões para telefone público, afirma que a cada novo plano lançado pelas operadoras de celular, a venda do cartão de orelhão diminui gradativamente. Desde o início deste ano, a queda chegou aos 10%. No entanto, lembra ele, cerca de 50 cartões de 40 unidades, custando R$ 6 cada, são vendidos mensalmente. “Muita gente utiliza o celular só quando é para ligar para números de sua própria operadora. Nos outros casos, recorrem ao cartão de orelhão”, explica.   José Ricardo Batista, 24, é um desses consumidores a quem o comerciante se refere. Segundo ele, cliente da operadora Oi, só utiliza o celular quando vai ligar para a noiva. Em outros tipos de ligação, sempre tem um cartão telefônico no bolso. “O ideal seria que eu tivesse vários chips, como muitas pessoas já fazem. Mas, por enquanto, recorro ao orelhão, que não sai tão caro”, diz. Para Rosana Mendes, gerente de vendas de uma empresa que trabalha com a comercialização de cartões pré-pagos e de orelhão, a procura pela segunda opção deve continuar estável por muito tempo, como já vem ocorrendo. “Não houve uma queda acentuada. O preço é atrativo e a pessoa sempre tem uma cabine onde pode realizar sua ligação, como no caso de acabar a bateria do aparelho celular”, salienta.