Um drama vivido por um homem de 55 anos de idade, internado na UPA Abadia, expõe a fragilidade do sistema de saúde pública
Um drama vivido por um homem de 55 anos de idade, internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA Abadia), expõe a fragilidade do sistema de saúde pública uberabense, realidade vista em todas as regiões brasileiras.
A irmã de José Xavier de Almeida Sobrinho, Maria Ambrósia Xavier, afirma que ele está com meningite e, há quatro dias, em um quarto isolado do centro médico, enfrenta sérias dificuldades porque não há nem mesmo banheiro próximo do local. Além disso, ainda de acordo com ela, seu irmão não pôde ser transferido para o Hospital de Clínicas da UFTM porque não há vagas.
Também segundo Maria Ambrósio, como seu irmão não pode transitar pela UPA, devido à doença diagnosticada ser contagiosa, ele nem pode ir ao banheiro. “O banho tem sido dado com balde de água”, revela, lembrando também que há quatro dias José Xavier já não faz uma das necessidades fisiológicas.
Maria Ambrósia explica que, no início da semana, encontrou seu irmão inconsciente dentro de sua residência, no bairro de Lourdes. “Ele mora sozinho e estava desmaiado. Levei-o para a UPA Abadia e o internaram. Mas, nem mesmo alimentação ele está recebendo. Até hoje (ontem), ele só tomava um Danone que eu comprava, pois está com dificuldade para engolir. Agora, após eu ligar para o jornal, é que trouxeram soro para ele. Não sei mais o que fazer. É uma situação absurda, de total descaso. E sempre que procuro os médicos e enfermeiros, dizem apenas que precisamos esperar aparecer outra vaga para transferi-lo”, desabafa Maria Ambrósio, moradora do bairro Tutunas.
Revoltada com a situação, ela relata ainda que seu irmão está deitado em uma maca e não consegue mais nem mesmo se locomover. “Estou cada vez mais preocupada, pois ele está ficando deitado durante muito tempo e já começou a sentir dores nas costas. Além disso, eu também temo pela minha saúde, pois tenho que ficar dentro da sala isolada e, apesar de estar com máscara, posso acabar ficando doente também”, protesta. “Espero uma solução, pois, desta forma, não é possível continuar. Se nada for feito, meu irmão vai morrer”, complementa.
Reportagem do Jornal da Manhã tentou contato com o secretário municipal de saúde, Valdemar Hial, e com a direção da UPA Abadia, mas ninguém foi encontrado.