UPA São Benedito (Foto/Jairo Chagas)
Com o aumento expressivo de casos confirmados e suspeitos de dengue em Uberaba, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do São Benedito terá reforço, a partir deste sábado (1º), de equipamentos e médicos para enfrentar o pico da doença, previsto para abril. Foram contratados mais dois médicos e disponibilizados 18 leitos para o corpo de assistência da unidade.
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As informações são da presidente da Funepu, gestora das UPAs em Uberaba, Jesislei Rocha, em entrevista ao JM News 1ª Edição. A enfermeira apresentou os dados de atendimento referente à dengue nas unidades em 2023 e, em dois meses, houve aumento de quase 800% na unidade provisória. “Em janeiro, tivemos na UPA Mirante [Provisória] 193 casos notificados. Em março, foram 1.716. Na UPA São Benedito foram, em janeiro, 524, e em março, 1.335. Essa demanda faz a UPA ficar mais populosa e lotada que o normal. Além de identificarmos o aumento no número de casos, vimos na literatura que, em abril, será ainda maior, um pico”, revelou.
Neste panorama, foi necessário criar um plano de contingenciamento para atender o possível pico da doença em Uberaba. A Funepu se reuniu com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), segundo a presidente, e organizou a contratação de dois médicos e a liberação para uso de 18 leitos na parte inferior da UPA São Benedito. Uma manobra que custará ao atual contrato cerca de R$ 210 mil por três meses.
“Nos 18 leitos do São Benedito teremos planejamento de soroterapia, medicação, além de um médico presente por 24 horas. Além deste, mais um médico no horário de pico, de 17h às 23h, para atender pacientes com sintomas de dengue. Mas, para isso, tem que ter recurso. Já foi feito o acordo com a prefeitura, documentado, para esse repasse de três meses, período em que a gente acredita que o pico da doença vai encurtar”, explicou Jesislei Rocha.
Essa estrutura no subsolo da UPA São Benedito já havia sido cogitada para ser usada durante os picos da pandemia de Covid-19 em Uberaba. Porém, apesar da proposta ter sido divulgada pela SMS à época, não foi concretizada.
Questionada sobre a causa do pico da doença em abril, Jesislei ponderou que o período de flexibilização das medidas de distanciamento e o retorno das atividades presenciais colocaram as pessoas para fora de casa, diminuindo a atenção com a higiene residencial. Além disso, o aumento expressivo da quantidade de chuvas no começo deste ano também pode ter tido o seu impacto.
“Se um agente me procurar durante o dia em casa, não vai me achar, porque estarei trabalhando. A gente ainda não têm descrito o motivo, mas eu penso que é porque acabou a pandemia, as pessoas saíram para trabalhar e acabam descuidando da casa. Além do ano atípico de chuva. Você tira o lixo, limpa o local e vem a chuva e volta tudo, não dura. Isso também proporciona um aumento do mosquito e da transmissão, mas são achismos”, avaliou a presidente da Funepu.