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PC vai investigar servidores envolvidos em esquema de carnes irregulares em Uberaba

A investigação policial é desdobramento da Operação Brahman, que apontou envolvimento de oito servidores da Prefeitura de Uberaba

Rafaella Massa
Publicado em 21/11/2023 às 15:22
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Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado deve iniciar nova investigação sobre horas extras de fiscais da Vigilância Sanitária (Foto/Arquivo/Prefeitura de Uberaba)

Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado deve iniciar nova investigação sobre horas extras de fiscais da Vigilância Sanitária (Foto/Arquivo/Prefeitura de Uberaba)

A Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado deve iniciar nova investigação em desdobramento da Operação Brahman. Segundo o delegado Eduardo Garcia, serão analisados os documentos relativos às horas extras de fiscais da Vigilância Sanitária, requisitados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pela Polícia Civil (PC), enquanto a operação ainda estava em andamento. 

A suspeita sobre as horas extras dos funcionários públicos havia sido noticiada pelo jornalista Wellington Cardoso Ramos, titular da coluna Falando Sério, no Jornal da Manhã

Segundo o delegado Eduardo Garcia, dependendo do rumo da investigação, há possibilidade de outros servidores serem atingidos, além daqueles já levantados durante a Operação Brahman. “Eu recebi do Dr. Thiago [Cruz, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Rurais] uma cópia integral de todo o inquérito da Operação Brahman, de todos os desdobramentos, tudo que foi realizado pra eu dar continuidade, caso seja necessário, com relação àquela questão dos fiscais”, pontua Eduardo Garcia, mencionando o envolvimento de servidores lotados na Vigilância Sanitária, apontado em inquérito policial.  

Os documentos relativos às horas extras de fiscais foram remetidos à Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado pelo delegado responsável pela delegacia de Repreensão a Crimes Rurais, Tiago Cruz. À coluna Falando Sério, quando o caso foi noticiado pela primeira vez, Tiago informou que a papelada foi requisitada à Secretaria de Saúde ainda enquanto investigava o furto e roubo de gado na zona rural e a venda de carne clandestina em açougues. 

Ainda, o delegado aponta que a suspeita surgiu a partir do vazamento de informações e conivência de poucos fiscais com os empresários. O delegado desconfiou da quantidade de horas extras feitas na Vigilância Sanitária e requisitou informações da Saúde. No entanto, como este não era o foco principal da investigação, optou por enviar toda a documentação à divisão anticorrupção. 

A Operação Brahman teve inquérito concluído em abril deste ano e remetido ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A investigação apurou o comércio de carnes impróprias para o consumo, quando identificou a participação no esquema de oito servidores da Prefeitura de Uberaba. Conforme explicações da PC, além da suposta garantia de produtos alimentícios, há indícios também do recebimento de valores por parte dos agentes públicos com intuito de comprometer a fiscalização da Vigilância Sanitária em açougues e restaurantes da cidade. Até junho deste ano, dos oito servidores indiciados, apenas cinco estão sendo alvo de processo administrativo disciplinar (PAD). 

Ao longo da operação, que teve início em maio de 2022, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, cerca de cinco toneladas de alimentos impróprios ao consumo, 14 estabelecimentos fiscalizados, cinco cabeças de gado recuperadas, uma arma de fogo, 20 munições, 14 empresários indiciados, dois veterinários indiciados por corrupção ativa e falsidade ideológica, 11 celulares e diversos documentos apreendidos. Além de 11 prisões em flagrante e 26 indiciados. 

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