Apesar das ações de busca ativa, a Central de Vacinas de Uberaba tem enfrentado resistência por parte da população em relação à adesão às campanhas de vacinação. Ao Jornal da Manhã, a coordenadora Priscilla Amaral afirmou que as equipes não estão satisfeitas com a procura dos últimos dias. No entanto, não são apenas os profissionais da saúde pública que estão descontentes com a falta de imunização dos pacientes. Segundo o pediatra Sandro Penna, a rejeição do público às doses é preocupante.
À Rádio JM, o especialista pontuou que os hospitais têm registrado um grande número de internações por dengue, inclusive casos graves. “Graças a Deus, não houve nenhum óbito, pelo menos dos casos que cuidamos lá no hospital [Hospital Unimed]. Mas houve muitos casos graves de dengue. É uma vacina muito boa que foi estudada e lançada, e os pacientes não estão procurando”, afirma.
Penna atribui essa ausência dos pacientes às vacinas emergenciais necessárias no período da Covid-19. Segundo o médico, isso pode ser um motivo de confusão para a população, além da politização em torno dos imunizantes, fato que também é alvo de reclamação por parte da coordenadora da Central de Vacinas.
“A vacina emergencial foi emergencial, não havia outra saída. As pessoas estavam morrendo, precisava tentar fazer a vacina. Eu acho que as vacinas, quando são lançadas hoje pelo Ministério da Saúde, já foram muito estudadas, têm mais de 5 anos de estudo, são vacinas que passaram por vários trabalhos científicos. E quem autoriza não é uma pessoa no Ministério. É uma equipe multidisciplinar que inclui pessoas do Ministério, mas também da Sociedade Brasileira de Pediatria, da Sociedade de Imunização e de várias áreas da saúde no Brasil”, analisa.
Ainda, o pediatra afirma que as pessoas que questionam a eficácia da vacina contra a dengue nunca experienciaram um caso grave da doença na família. “O dia que ela presenciar uma dengue grave nela ou em um familiar, ela vai se questionar: ‘Nossa, por que eu não fiz a vacina?’”, afirma Sandro Penna.