No total, foram doados à entidade 100 quilos de folhas, além de quiabo, abóbora e abobrinha, produzidos por presidiários na horta do presídio
Produção da horta da penitenciária de Uberaba doada ao Asilo São Vicente de Paulo (Foto/Divulgação)
Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, de Uberaba, entregou, às vésperas do Natal, 100 quilos de diversos tipos de folhas, além de quiabo, abóbora e abobrinha para o Asilo São Vicente de Paulo. Por lá, as refeições de fim de ano estarão garantidas com o apoio do trabalho executado por custodiados, com a supervisão dedicada de policiais penais.
Um quinto das unidades prisionais de Minas Gerais possuem hortas produtivas, responsáveis por abastecer a cozinha de 184 instituições beneficentes que estão formalmente cadastradas para receber os alimentos plantados e colhidos dentro das muralhas.
Em 2023, as hortas de 36 penitenciárias e presídios administrados pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) forneceram a asilos, abrigos, creches, escolas e instituições de atendimento à população vulnerável 100 toneladas de verduras, hortaliças e legumes orgânicos.
Para que a ação solidária aconteça, há o trabalho diário de 253 custodiados e de dezenas de policiais penais e demais servidores que acreditam na força da doação.
Para trabalhar na horta das unidades prisionais, os detentos precisam passar pela avaliação de uma equipe multidisciplinar, que analisa o candidato ao trabalho nos aspectos físicos, psicológicos, escolarização, situação processual e no cumprimento das normas de segurança.
Segundo o Depen-MG, a avaliação criteriosa é necessária, pois a maior parte das hortas está situada em áreas que ficam fora dos perímetros dos pavilhões carcerários das unidades prisionais e os presos usam ferramentas agrícolas. Para esta atividade laboral, assim como várias outras, é obrigatória uma autorização do juiz da Comarca.
O plantio e o cultivo dos alimentos possuem muitas vantagens, como o baixo custo de produção e manutenção, a disponibilidade de alimentos e o aproveitamento de espaços vazios e ociosos das unidades prisionais.
Além da profissionalização dos presos, um dos aspectos mais importantes é a execução do trabalho social, pois, por meio das doações, muitas instituições de caridade conseguem se manter e atender pessoas necessitadas.