A queixa é que, mesmo quando o tempo fecha e a chuva parece iminente, a ferramenta sonora não é disparada pelos bombeiros
Uberabenses têm questionado a eficiência das sirenes de alerta para enchentes no centro da cidade. A queixa é que, mesmo quando o tempo fecha e a chuva parece iminente, a ferramenta sonora, cujo acionamento é feito pelo Corpo de Bombeiros, não é disparada.
Segundo Camila de Andrade, na tarde de segunda-feira, dia 4, ela estava no calçadão da rua Artur Machado quando o céu escureceu e tudo indicava que viria uma tempestade e, possivelmente, mais alagamentos. Mesmo com o cenário, o alarme não tocou.
“Fico com a impressão de que estas sirenes não existem ou estão estragadas. Para piorar, naquele momento, o centro estava repleto de carros que poderiam ter rodado caso a tromba d’água realmente tivesse caído”, reclama.
No final da tarde de terça-feira, mais uma vez, foi registrada chuva, mas o temporal não chegou a ocorrer. Pedestres e motoristas que passaram pelo centro uberabense temeram por nova enchente, porém, a chuva não foi forte.
Mesmo assim, outros protestos referentes ao não acionamento das sirenes chegaram à redação do Jornal da Manhã. Pessoas que passaram pelas avenidas Guilherme Ferreira e Leopoldino de Oliveira também garantem que não ouviram qualquer som de alerta contra possível enchente.
Sérgio Campos, coordenador da Defesa Civil no município, garante que cinco das seis sirenes estão em perfeito estado de funcionamento. “Apenas uma, no cruzamento da Leopoldino de Oliveira com a rua Jaime Bilharinho, está em manutenção”, revela.
O coordenador também explica que os alertas sonoros são disparados somente com base em avaliações meteorológicas provenientes de sites especializados nesses serviços e da Defesa Civil estadual.
“O Corpo de Bombeiros não pode fazer este acionamento amparado somente na aparência de que haverá uma forte chuva. Tem que ser uma ação embasada em dados concretos e não pode ser influenciada por qualquer pessoa. Além desta corporação, apenas a Defesa Civil pode solicitar o início deste processo”, explica.
“Caso contrário, pode não haver a tempestade e o alarme provocar pânico nas pessoas, além de prejudicar o comércio local”, justifica.
Funcionamento. Sérgio Campos informa que a sirene pode durar 10 segundos, caso o risco de alagamento seja menor, e 30 segundos quando este perigo for maior. “E, se a ameaça for de enchente capaz de arrastar veículos e invadir prédios comerciais, o alerta é de um minuto. Neste caso, os comerciantes devem colocar as placas de contenção na frente de seus estabelecimentos para conter a água, se a enchente for confirmada.” Ele informa, ainda, que a ferramenta sonora deve ser acionada 30 minutos antes da chuva.
Cinco das seis sirenes ficam localizadas na Leopoldino de Oliveira: além do ponto no cruzamento com a rua Jaime Bilharinho, há outras no entroncamento com a avenida Santos Dumont e a rua 13 de Maio; próxima aos Correios; no cruzamento com a avenida Guilherme Ferreira e nas imediações do Mercado Municipal. A sexta sirene está instalada na avenida Guilherme Ferreira, próxima ao campus central da Universidade de Uberaba.