A safra de grãos deste ano em Uberaba deve seguir a tendência de queda nacional e ficar quase 10% menor que a de 2008. O motivo principal para a oscilação é o menor volume de plantação de uma das principais culturas da regiã o milho. Segundo o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Humberto Guimarães, os lavouristas de milho locais não plantaram como no ano passado porque os preços de venda da produção estão inferiores aos gastos para o cultivo. “Para plantar com tecnologia, eles têm gasto cerca de R$ 20,00 por saca. E, na comercialização, o preço pago tem sido de R$ 15,00. É um prejuízo de pelo menos R$ 5,00 por saca. Se esta situação persistir, certamente haverá queda na safra devido à menor plantação de milho”, explica. A safra brasileira de grãos deve alcançar 133,5 milhões de toneladas em 2009. Este volume estimado é 8,6% menor do que a safra recorde de 2008, quando foram produzidos 146 milhões de toneladas de grãos no país. A nova previsão faz parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de agosto. Rivaldo Machado Borges, presidente do Sindicato Rural de Uberaba, acredita que a redução da safra na cidade não será diferente da projetada no âmbito nacional. “Não dá para precisar o percentual ainda, mas deverá acompanhar a estimativa do país. É uma queda nacional, também provocada pelo receio dos produtores de milho em enfrentar a concorrência e a alta das commodities e a consequente redução no plantio”, afirma. “A produção americana será muito grande. Outra que tem assustado os lavouristas daqui é a da Argentina”, completa. Para José Humberto, o governo federal deveria agir para melhorar as condições de produção de milho não só no município como no restante do Brasil. “Ele deveria garantir ao produtor melhores preços para a venda da produção, tornando novamente rentável a cultura. O governo tem prometido medidas para assegurar recursos aos produtores destes grãos, mas elas ainda não chegaram às bases”, finaliza.