O presidente do Legislativo também está em tratativas para levar Câmara para o prédio dos Correios, como estratégia para melhorar o fluxo de pessoas e fomentar a região central
Ideia principal do presidente da Câmara é que o Centro Administrativo seja instalado no antigo prédio do Grande Hotel, que soma dívidas com o governo municipal (Foto/Arquivo/JM)
Como alternativa para solucionar problemas de circulação e permanência de pessoas no centro de Uberaba, o presidente da Câmara, Fernando Mendes, revelou em primeira mão à Rádio JM que protocolará pedido à prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) para que o Centro Administrativo seja movido para a área central. Ele acredita que a alteração levaria os cidadãos à região e aumentaria o fluxo de consumidores e visitantes, fomentando o comércio local.
Desde que assumiu a Presidência da Câmara, Fernando Mendes se posiciona a favor de mudanças significativas no centro de Uberaba. Nas últimas semanas, ele esteve em contato direto com comerciantes da avenida Leopoldino de Oliveira que, segundo Mendes, são impactados pela atual condição do trânsito, sem estacionamentos. Inclusive, ele ergueu uma faixa em plenário solicitando o “fim do BRT”, posição que já recuou – agora exige um estudo pelo retorno do estacionamento em toda a extensão da avenida, mas mantendo o BRT.
Neste sentido, Fernando Mendes diz que é “inadmissível” o governo municipal não tomar providências enérgicas com a quantidade de imóveis abandonados no centro, o que diminui o interesse dos cidadãos com a região. Levar o Centro Administrativo da Prefeitura de Uberaba para lá seria, acima de tudo, uma forma de povoar o centro.
“De primeira mão [à Rádio JM], vamos protocolar hoje [7 de julho], eu vou sim lutar para que a prefeita Elisa Araújo desça o Centro Administrativo para o centro da cidade. É inadmissível esse tanto de prédio que temos, do Banco do Brasil até o Grande Hotel, vazios e sem movimentar o centro. Uma vez que o Centro Administrativo vir para o centro, resolvemos o problema total da falta de fluxo e fomento”, contou em entrevista ao JM News 1ª Edição.
Ele justificou que a mudança seria para também resolver o imbróglio de dívidas do atual prédio da Prefeitura, no bairro Mercês. Apesar de a ação referente ao imóvel já ter transitado em julgado, a procuradora-geral do município, Fabiana Gomes Pinheiro Alves, explicou ao JM que falta o Judiciário concluir a análise sobre o preço efetivo a ser pago pela propriedade e, também, quem é o credor correto. “Se eu não me engano, é de até R$ 190 milhões a conta do aluguel atrasado. Vamos ficar assim até quando? Falamos da 5ª economia de Minas Gerais, que é o terceiro maior estado do Brasil”, pondera Mendes.
No entanto, um dos obstáculos já identificados seria a instalação em um local suficiente para abrigar toda a estrutura do Centro Administrativo, que inclui a necessidade de uma grande área para estacionamento. Questionado, o presidente da Câmara afirmou que esse é um problema a ser resolvido pela prefeita Elisa Araújo, mas sinalizou que indicará possíveis locais para facilitar a mudança, como a ocupação do prédio do Grande Hotel, visto a quantidade de dívidas acumuladas pelo proprietário. “Inclusive não é segredo a dívida do Grande Hotel com o Município. Por que não vamos fazer um encontro de contas e adquiri-lo? Eu faço as provocações. O abacaxi é da prefeita”, disse.
Também como estratégia para atrair pessoas para a região, é estudada a mudança do prédio da Câmara Municipal para o prédio dos Correios, mas uma compra do imóvel já está descartada. “Até o final do mês de julho, os Correios sinalizaram que vão nos retornar com a resposta e vamos decidir, juntamente com a prefeita Elisa, se vamos comprar ou fazer a cessão. Comprar já digo que está descartado, o valor será muito grande”, adiantou o presidente.
Mas, no caso, da mudança da CMU, um estacionamento seria criado no imóvel do antigo HSBC, ao lado do Correios. “Lá tem 80 vagas de estacionamento, são dois andares, com o subsolo. Vamos disponibilizar, para as pessoas que estão fazendo compras no centro, 50% das vagas. Esse problema de estacionamento é real”, finaliza Fernando Mendes.