Uberaba registrou 361 atendimentos antirrábicos em humanos no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Embora o número seja significativamente menor que os 961 casos contabilizados em todo o ano de 2024, especialistas alertam que a comparação ainda é preliminar. Outro ponto de atenção é o número expressivo de pessoas que abandonaram o tratamento: 128 casos somente neste início de ano.
A maioria dos contatos ocorreu na zona urbana (99,17%), e a principal forma de exposição foi por mordedura (331 casos), seguida por arranhadura (26), lambedura (5) e contato indireto (4). Os membros inferiores foram a parte do corpo mais atingida (153 registros), seguidos por mãos/pés (123), membros superiores (52), cabeça/pescoço (26) e tronco (9).
Os animais envolvidos nas ocorrências foram, em sua maioria, cães (266), seguidos por felinos (79), morcegos (7), outros animais (7) e um primata. A condição dos animais no momento do atendimento também chama atenção: 215 estavam desaparecidos, o que dificulta a avaliação de risco. Outros 124 foram classificados como sadios, 18 como suspeitos e um caso envolveu um animal com raiva confirmada.
Quanto à gravidade dos ferimentos, a maioria foi superficial (316), mas também houve 35 lesões profundas e 6 dilacerantes. O tratamento indicado variou conforme a situação: 150 pessoas receberam apenas vacina, 106 receberam soro e vacina, 4 seguiram esquema de reexposição, 3 foram vacinadas após observação do animal e 2 foram dispensadas. O número de abandonos do tratamento — um terço dos casos — representa um risco sério à saúde individual e coletiva, considerando que a raiva é letal.
Em todo o estado de Minas Gerais, foram registrados 27.565 atendimentos antirrábicos em humanos neste mesmo período. A Secretaria de Saúde reforça a importância de buscar atendimento imediato após qualquer exposição suspeita e de seguir corretamente o tratamento prescrito, independentemente da gravidade aparente do ferimento.