PARALISAÇÃO SEGUE

Professores das universidades federais decidem manter greve

Governo federal fez novas propostas durante negociação nessa sexta-feira, mas não apresentou qualquer reajuste salarial para este ano, o que não agradou à categoria

Publicado em 14/06/2024 às 18:47
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Servidores das instituições de ensino federais realizam marcha em Brasília nessa sexta-feira, quando houve mais uma rodada de negociação com o governo (Foto/Gabriela Biló/Folhapress)

Servidores das instituições de ensino federais realizam marcha em Brasília nessa sexta-feira, quando houve mais uma rodada de negociação com o governo (Foto/Gabriela Biló/Folhapress)

Professores de universidades e institutos federais decidiram continuar em greve após novo encontro com o governo federal nessa sexta-feira (14). Em Uberaba, a greve na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) já dura mais de um mês e no Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), a paralisação já dura dois meses. Em todo o País, o movimento alcança 61 instituições.

Terminada a reunião nessa sexta-feira, os servidores disseram reconhecer a disposição dos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e da Educação em negociar suas demandas, mas seguem insatisfeitos.

O governo ofereceu, por exemplo, a revogação da Portaria 983, que amplia a carga horária dos docentes. Também foi prometida a criação de um grupo permanente de trabalho para discutir a restruturação da carreira acadêmica.

Não foi apresentada, porém, proposta de reajuste salarial ainda em 2024. Por isso, professores, representados pelo Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), resolveram seguir a paralisação.

O sindicato reivindica aumento de 3,69% em agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026. O governo oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da UFTM, Wendell Meira, que integra o comando de greve local, as propostas do governo nessa sexta serão levadas a assembleias nas universidades ao longo da semana que vem. Os professores serão consultados se elas são o bastante para encerrar a greve. A expectativa é por maciça negativa da oferta, aumentando a pressão por aumento salarial.

Em meio a cobranças, o governo lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na segunda-feira (10) para as universidades federais e para os hospitais universitários, com previsão de R$5,5 bilhões em investimentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também anunciou acréscimo de recursos para o custeio das instituições federais, em um total de R$400 milhões. Desse total, R$279,2 milhões serão para as universidades e outros R$120,7 milhões, para os institutos federais.

Assim, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$6,38 bi. O valor já é superior aos R$6,26 bi de 2023.

Mesmo com o acrescimento orçamentário, a presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e reitora da UnB (Universidade de Brasília), Márcia Abrahão, cobrou solução para a questão salarial dos servidores das universidades.

No mesmo dia do anúncio, o presidente Lula cobrou o fim da greve dos docentes, dizendo não haver razões para seguir com o movimento, o que irritou os servidores.

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