Categoria optou por realizar ações regionais e nesta segunda-feira está prevista manifestação às 9h em Uberlândia
Professores da rede estadual de Educação cobram o reajuste do piso da categoria e protestam contra a proposta de reajuste de 3,62% (Foto/Divulgação)
Nesta segunda-feira (20), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) organiza nova paralisação de professores das escolas da rede estadual de educação, na região do Triângulo Mineiro. Em Uberaba, são 40 os estabelecimentos de ensino da rede estadual.
Na região, também está prevista uma manifestação, a partir das 9h, em Uberlândia. A coordenadora regional do Sind-UTE, Maria Aparecida de Oliveira, informou que, além do Triângulo Mineiro, as regiões do Alto Paranaíba e Noroeste de Minas também vão aderir à paralisação.
Ela explicou que, para este ano, o Sind-UTE optou por, inicialmente, promover paralisações em datas diferentes nas regiões do Estado. Mas um movimento em nível estadual está previsto para ocorrer na segunda-feira, dia 29.
De acordo com Maria Aparecida, 3,62%: a proposta de reajuste do governo Zema, além de insatisfatória e desrespeitosa, representa a tentativa de perpetuar uma política de desvalorização salarial que ameaça os direitos e as conquistas históricas dos trabalhadores da educação.
Ainda conforme a dirigente sindical, atualmente, os educadores mineiros recebem apenas metade do salário que lhes é devido segundo a legislação vigente, que estabelece a política de remuneração da categoria. O piso salarial nacional, criado para assegurar um salário mínimo aos profissionais da educação, foi paradoxalmente transformado em um teto salarial pelo governo estadual.
O Sind-UTE alega que, desde 2019, o piso nacional dos professores sofreu um reajuste de 86%. No entanto, em Minas Gerais, a recomposição salarial foi de apenas 34%, uma discrepância alarmante, que demonstra a desvalorização da categoria.
Para o sindicato dos servidores da educação, o descumprimento dessa legislação resultou em um abismo salarial crescente entre o vencimento inicial da carreira e o valor do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). A entidade alega que a diferença, que era de 29% em 2019, disparou para 72,7% em 2024, revelando um descompasso que ultrapassa os números e impacta diretamente na vida e na dignidade dos profissionais da educação.
O Sind-UTE reforça que, diante desse cenário, o reajuste de 3,62% proposto pelo governo Zema parece não apenas insuficiente, mas um verdadeiro ataque à trajetória de luta e conquistas dos educadores mineiros. Para a entidade, a proposta não reconhece as perdas acumuladas ao longo dos anos nem se alinha às expectativas e direitos da categoria.