O Brasil é um dos países que mais compram trigo estrangeiro no mundo e, como consequência, qualquer reajuste de preço no produto reflete no mercado nacional. A seca que atingiu regiões produtoras de trigo na Europa, nas últimas semanas, impulsionou a demanda mundial pelo trigo e provocou aumento no preço. Desde o início de agosto, o produto ficou mais caro e já começa a refletir nos seus derivados. A saca de 50 quilos aumentou 30%, saltando de R$ 52 para R$ 68, e continua em elevação. De acordo com a última pesquisa do Procon, em julho o valor mínimo do pão francês na cidade era R$ 4,50 e o custo máximo, R$ 7. Com até 55% de diferença no valor, algumas padarias conseguem manter os preços, mas outras já começaram a repassar o aumento aos consumidores. É o que acontece na panificadora de Julio César Caixeta. O gerente contou que ainda não precisou aumentar os preços porque já pratica valores que garantem boa margem de lucro. “Co o preço que estamos praticando ainda dá para aguentar mais um pouco. A farinha está subindo toda semana, mas nós vamos esperar mais reajustes. Por outro lado, a padaria de João Carlos Barbosa reajustou o valor dos produtos que utilizam farinha de trigo. Desde segunda-feira, o pão está mais caro e de R$ 6,50 passou para R$ 7. “Por enquanto, vamos deixar dessa forma para ver se o trigo recua, mas se continuar aumentando, os preços vão ter que acompanhar.” Gleisson Enrique Ferreira Borges, presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria de Uberaba, explica que os reajustes vão acontecer à medida que a farinha ficar mais cara. Ele disse que cada padaria calcula o valor do pão de acordo com o custo da mão-de-obra e dos produtos que utiliza, mas acredita que, dentro de um mês, todas as panificadoras já deverão praticar novos preços.