AGRESSÕES

Rede de combate à violência doméstica em Uberaba recebe mais de 100 mulheres por mês

As vítimas devem procurar as forças de segurança, como a Polícia Militar (PM) e a Civil (PC), além do próprio CIM, para efetuar as denúncias

Rafaella Massa
Publicado em 21/06/2023 às 14:22
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Cerca de 130 mulheres procuram o Centro Integrado da Mulher (CIM) em Uberaba, mensalmente, para fazer denúncias de violência doméstica ou pedir acolhimento. Segundo a gerente do CIM, Juciara Moura, essa foi a variação registrada no primeiro semestre de 2023, e foi percebido um aumento nos atendimentos em comparação ao ano de 2022. 

Juciara Moura atribui o crescimento a uma demanda reprimida que se acumulou durante o período pandêmico. Ela alega que as vítimas se mostram cada vez mais seguras para comunicar as agressões, agora que não estão limitadas ao ambiente doméstico. “Porque antes elas estavam com seus direitos cerceados, tanto o direito de ir até falar no telefone, porque estava dentro de casa e muitas vezes estava junto do agressor”, analisa.  

A gerente explica que o fator financeiro é um dos pontos que mais tendem a pesar na decisão, já que muitas mulheres estão desempregadas e dependem financeiramente do agressor. “Por mais que a gente tenha visto muitas políticas públicas voltadas ao combate à violência, ainda falta muito. Trabalhamos sempre visando combater essa violência, mas ainda vemos um cenário caótico” pontua.  

As vítimas devem procurar as forças de segurança, como a Polícia Militar (PM) e a Civil (PC), além do próprio CIM, para efetuar as denúncias. No entanto, para que ações efetivas de proteção possam ser desenvolvidas em torno delas, é preciso dar seguimento ao processo.  

“Essa mulher ou vem diretamente para cá [CIM] ou vai inicialmente na polícia, que é aqui ao lado. Quando é no final de semana, ela faz um boletim de ocorrência, ou no plantão ou em uma base móvel, e é direcionada para, no primeiro dia útil, procurar o Centro, onde passa por atendimento com a psicóloga e assistente social. Mas não basta só fazer boletim de ocorrência, precisa fazer o boletim e dar prosseguimento”, analisa.  

O processo seria a mulher manter contato com as redes de segurança, conseguir apoio jurídico para pedir afastamentos e medidas protetivas, e manter-se atenta a novos episódios ou falsas tentativas de reconciliação. 

Juciara Moura reforça que é um ponto positivo as mulheres estarem denunciando mais, já que a falta de denúncias não significa, necessariamente, queda nos casos, mas sim maior repressão na procura. Dessa forma, o Poder Público consegue detectar quantas mulheres estão sofrendo violência. “É ligar para o 190, porque está acontecendo naquele momento, ou procurar uma base da PM para fazer um boletim e tomar providência imediata, não deixar a violência persistir. Se ela [a vítima] ficar inerte, o Estado não vai poder fazer nada por ela”, finaliza.   

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