
Superexposição online, isolamento e ausência de atenção familiar são fatores que elevam o risco de adoecimento emocional. (Foto/Reprodução)
O uso intenso de redes sociais e a pressão digital têm contribuído para o aumento de casos de depressão e risco de suicídio entre adolescentes em Uberaba. O alerta é do psicólogo Sérgio Marçal. Em entrevista à Rádio JM, ele explicou que superexposição online, isolamento e ausência de atenção familiar são fatores que elevam o risco de adoecimento emocional.
Adolescentes chegam a passar até seis horas por dia conectados às redes sociais, consumindo conteúdos rápidos e muitas vezes irreais. Sérgio Marçal alerta que essa superexposição leva a comparações prejudiciais e sensação de inadequação:
“Você olha para a vida perfeita postada nas redes e sente que a sua não é suficiente. Isso vai nutrindo vazio e pode levar à depressão, isolamento e falta de motivação”, afirmou o especialista em saúde mental.
Segundo o psicólogo, a pressão digital se soma à falta de vínculo familiar e social. “Tempo de qualidade, presença efetiva e acompanhamento próximo são fundamentais para ajudar adolescentes a lidar com frustrações e sentimentos de inadequação”, destaca.
Marçal ainda lembra que escolas, CAPS infantil e o Nupaz (Núcleo Intersetorial de Prevenção à Violência e Promoção da Paz) monitoram sinais de sofrimento, abuso ou vulnerabilidade, oferecendo atendimento psicológico, notificação de casos e encaminhamentos legais quando necessário.
O controle parental é fundamental. O psicólogo explica que aplicativos como o SaferNet e o FamilySafe permitem monitoramento da navegação e histórico digital dos adolescentes, prevenindo exposição a conteúdos impróprios ou situações de risco. “O equilíbrio é a chave. Não se trata de proibir totalmente o uso da tecnologia, mas de combinar acesso digital com interação social, limites claros e atenção à saúde emocional”, finaliza.
Pais e responsáveis podem buscar orientação em escolas, CAPS, Conselho Tutelar e demais órgãos da Rede de Proteção. Em caso de abuso ou risco iminente, é recomendada denúncia imediata aos canais oficiais de atendimento e proteção.