Realizada ontem, reunião entre corpo clínico do Hospital Maternidade Beneficência Portuguesa e as irmãs da mulher morta dias após parto normal, que aconteceu na instituição
Realizada ontem, reunião entre corpo clínico do Hospital Maternidade Beneficência Portuguesa e as irmãs da mulher morta dias após parto normal, que aconteceu nesta instituição. A denúncia por parte dos familiares da vítima, que acreditam em negligência médica para a causa da morte, foi noticiada na edição de ontem do Jornal da Manhã.
Durante o encontro, o médico obstetra que realizou o parto de Dulce Santos, Bruno Fonseca, esclareceu todo o procedimento feito na vítima nos dias em que ela esteve na maternidade. Segundo Fonseca, Dulce chegou no dia 27 de janeiro, às 20h, com quatro centímetros de dilatação e evoluiu bem, dando à luz às 20h30. Uma hora após o parto a paciente foi avaliada, como acontece com todas as mulheres, e apresentava quadro satisfatório. No prontuário foi relatado que Dulce não apresentava queixas e no exame clínico foi constatado que o útero estava contraído e com pouco sangramento, mas dentro da normalidade. No entanto, ela apresentou aumento na pressão arterial, contudo teve acompanhamento a cada quatro horas, até que voltasse ao normal.
Ainda conforme o obstetra, no segundo dia após o parto, 29 de janeiro, Dulce continuava sem queixas, com sangramento normal e amamentando bem. Em nenhum momento houve queixa de falta de ar por parte da paciente. Sendo assim, ela recebeu alta médica.
De acordo com o prontuário, no dia 1° de fevereiro pela manhã, Dulce retornou à maternidade sentindo dores na barriga, alegando que só diminuía com remédios. Ela foi, então, atendida pelo médico Alexandre Sivieri, que a partir do quadro de dor abdominal do lado direito, constatado através de exame físico, a encaminhou para a Unidade de Pronto Atendimento. Segundo o médico, o encaminhamento se deu pelo fato de a maternidade não ter à disposição naquele momento de um aparelho de ultrassom que fizesse os exames com mais precisão.
Por outro lado, o Hospital de Clínicas divulgou nota de esclarecimento sobre o procedimento realizado no local. Segundo a médica e professora, Marina Carvalho Paschoini, chefe do Departamento Materno-Infantil e vice-diretora clínica do HC/UFTM, a paciente Dulce Santos foi encaminhada da Unidade de Pronto Atendimento São Benedito, em 2 de fevereiro de 2011, no 7º dia de pós-parto, com choque séptico e provável formação de cálculos na vesícula biliar. Na investigação clínica, identificou-se restos placentários, sendo submetida à curetagem uterina no mesmo dia. Como não houve melhora clínica e com a piora do quadro abdominal, a paciente foi submetida à procedimento cirúrgico de urgência para verificar alterações nos órgãos alojados cavidade abdominal em 5 de fevereiro, onde foi identificada pequena perfuração uterina, sendo realizado sutura com sucesso e também processo infeccioso generalizado de etiologia (estudo das causas das doenças) a esclarecer.
Ainda segundo a profissional, todas as medidas médicas pertinentes foram realizadas. Entretanto, a paciente evoluiu para o óbito em 8 de fevereiro. “Estamos aguardando o resultado da necropsia para melhor elucidação do caso", finaliza.
A vítima faleceu 12 dias após parto normal realizado no Hospital Maternidade Beneficência Portuguesa, no dia 27 de janeiro. Três dias posterior à alta do hospital, apresentou dores na barriga. Ela então foi atendida no Hospital de Clínicas, onde sofreu parada respiratória, no dia 08 de fevereiro, quando veio a óbito.