COMBUSTÍVEL

Segurança tributária e mercado latente devem manter etanol competitivo em Minas Gerais

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 12/10/2023 às 19:02
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Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), esclareceu pontos importantes sobre as tendências que afetam o mercado de etanol na região (Foto/Reprodução)

Nos últimos meses, o etanol tem se mostrado cada vez mais competitivo nas bombas dos postos de Uberaba. E esse panorama é influenciado por uma série de fatores, desde a produção nas usinas até os desdobramentos no mercado internacional de petróleo.  

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), esclareceu pontos importantes sobre as tendências que afetam o mercado de etanol na região. 

Primeiramente, o presidente destacou que, em relação aos preços, não é possível fazer projeções, mas é possível analisar tendências no setor. Nos últimos dois anos, o consumo de etanol foi prejudicado por uma série de fatores, incluindo condições climáticas adversas, alterações tributárias e instabilidades no mercado. No entanto, Campos afirma que a perspectiva atual é de estabilidade, uma vez que não são esperadas mudanças tributárias significativas. 

“Tudo que foi feito nos últimos anos já acabou. A perspectiva agora é que não haja surpresa. E pelo lado da oferta, a gente está vendo um cenário que precisa encontrar o seu mercado, seu consumo. E por isso temos visto preços muito competitivos na bomba e o consumidor está aos poucos voltando a consumir etanol”, ilustrou. 

De acordo com dados fornecidos pelo presidente da associação, as vendas de etanol hidratado na região Centro-Sul, em setembro, cresceram cerca de 20% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse aumento no consumo também foi observado em agosto, com um crescimento de 18% nas vendas em relação ao ano anterior. 

Campos mencionou que, olhando para o futuro, a safra canavieira tende a terminar no final de novembro ou início de dezembro, com a chegada das chuvas, e a perspectiva é de que seja a maior safra da história de Minas Gerais. Além disso, o etanol de milho, que não é produzido em Minas, mas é proveniente do Centro-Oeste, tem sido uma fonte adicional de suprimento constante ao longo do ano. 

No entanto, é importante ressaltar que os preços do etanol também são afetados pela flutuação do preço do petróleo no mercado internacional. Ele explicou que, embora não exista uma política de preços clara para a gasolina, é necessário observar o que está acontecendo no mercado global. Recentemente, ocorreram conflitos internacionais que afetaram os preços do petróleo.  

Na semana passada, houve uma queda nos preços, o que poderia indicar uma redução no preço da gasolina. No entanto, essa semana, os preços do petróleo voltaram a subir, potencialmente anulando qualquer redução na gasolina. 

“O que a gente consegue avaliar são as tendências, e a tendência é continuar com um consumo estável do etanol, o que vai manter o preço do combustível competitivo”, finaliza Mário Campos. 

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