Prato servido no Restaurante Popular de Uberaba (Foto/Flickr/Prefeitura de Uberaba)
O projeto de segurança alimentar "Tá na Mesa", anunciado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) no fim do ano passado, ainda não está formalizado. Porém, estão em andamento ações públicas de atendimento, em uma concepção geral sobre a assistência às pessoas em vulnerabilidade. Para isso, a Seds busca parceria intersetorial e com a iniciativa privada para reforçar o estoque de alimentos e consolidar o programa completo.
O secretário adjunto da Seds, Herval Kobayashi, em entrevista à Rádio JM, confirmou que ainda não há o cronograma completo do "Tá na Mesa", como foi prometido no fim de 2022. Essa condição, inclusive, foi alvo de cobranças da vereadora Rochelle Bazaga. "Fizemos uma audiência para discutir a insegurança alimentar, e lá foi apresentado um esboço do projeto e desde então estamos reiterando a cobrança pública e institucional sobre o programa. A Seds havia feito um compromisso de apresentar, lançar o programa, no início deste ano, e isso não aconteceu. E para mim, quando o programa é apresentado, tem que ter objetivos, metas, calendário de atuação. Continuamos preocupados com essa pauta, trouxemos a discussão de volta", ressaltou a parlamentar, também em entrevista à JM.
Na explicação, Herval ponderou que "um projeto inovador não sai do dia para a noite", e que é necessário ter o diálogo constante com diversos setores da sociedade, públicos e privados. Neste tom, a pasta implementa algumas ações pontuais de suporte, entre elas, parcerias para doações de cestas básicas à população atendida pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras).
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Uma das parcerias seria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), por meio do "Mesa Brasil". O programa é a maior rede de bancos de alimentos da América Latina e atua com empresas que doam os excedentes de produção ou produtos fora dos padrões de comercialização, mas em condições seguras de consumo. "Eles conseguem fazer contato com as empresas e conseguem ter respostas melhores e mais rápidas. Já há a parceria fechada, falta só a prefeita [Elisa Araújo] assinar", informou Herval.
Além disso, o secretário adjunto ressaltou a importância de programas já consolidados, como o Restaurante Popular e a liberação de aquisição de alimentos com verba municipal. "O Município autorizou o uso de R$ 250 mil para aquisição de alimentos para começar a alavancar o projeto e fortalecer o estoque. Até hoje, isso era feito apenas com verba federal", disse.
Na cultura, uma das ações previstas é a "Meia Entrada Solidária". A ideia é que o cidadão que não é estudante possa adquirir ingressos de meia entrada mediante a entrega de produtos não perecíveis.
Também há tratativas para ações educacionais, em conjunto com Procon, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Secretaria Municipal de Educação (Semed). No âmbito da defesa do consumidor, a ideia é levar aos alunos e familiares da rede municipal de ensino a capacitação sobre leitura de rótulos, em uma forma de ensiná-los sobre os perigos do consumo exagerado de itens não recomendados pela segurança alimentar.
Já com a Saúde, a ideia é mapear as unidades com maiores números de casos de obesidade infantil. "Nestas escolas estão as nossas prioridades. Vamos agir para levar alimentação de qualidade e balanceada, mas estamos aguardando os números da SMS", revelou Kobayashi.
Agora, a expectativa é que o cronograma completo do "Tá na Mesa" seja finalizado ainda neste mês de março, assim que houver a conferência dos dados intersetoriais.